Em declarações aos jornalistas à chegada ao hotel onde fica alojado para participar no domingo nas exéquias fúnebres do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, Filipe Nyusi minimizou os recursos e as queixas da oposição, salientando que a imprensa foi também observadora do processo e não encontrou irregularidades.
"Penso que os maiores observadores foram vocês da imprensa, foram ver o que aconteceu, terminaram o vosso trabalho e disseram que A ou B ganhou", afirmou Nyusi que é também líder da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido-irmão do MPLA.
"O meu país não tem mais nada do que respeitar a vitória dos angolanos, quem ganhou foi o povo angolano, MPLA está classificado, o Lourenço também. Temos de felicitar", afirmou, minimizando as queixas da oposição.
O chefe de Estado moçambicano referiu que "se há outro barulho ou tenta haver barulho, mesmo nessas regras do jogo há recursos a fazer mas não é o caso" porque os jornalistas "estiveram a assistir à contagem".
Segundo dados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), quando estavam escrutinados 97,03% dos votos das eleições realizadas na passada quarta-feira, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) obteve 3.162.801 votos, menos um milhão de boletins escrutinados do que em 2017, quando obteve 4.115.302 votos.
Já a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) registou uma grande subida, elegendo deputados em 17 das 18 províncias e obtendo uma vitória histórica em Luanda, a maior província do país, conseguindo até ao momento 2.727.885 votos, enquanto em 2017 obteve 1.800.860 boletins favoráveis.
No entanto, o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, contestou na sexta-feira a vitória do MPLA e pediu uma comissão internacional para comparar as atas eleitorais na posse do partido com as da CNE.