Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Funeral de Eduardo dos Santos realiza-se hoje perante delegações de 21 países

28 ago, 2022 - 08:54 • Lusa

As exéquias acontecem no rescaldo pós-eleitoral em que os cidadãos aguardam ainda a saída dos resultados definitivos das eleições gerais de quarta-feira, com os dados preliminares a apontar para uma vitória do MPLA já contestada pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, oposição).

A+ / A-

As cerimónias fúnebres do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, iniciadas no sábado, concluem-se hoje, data em que completaria 80 anos, com um funeral de Estado na presença de vários Presidentes, incluindo Marcelo Rebelo de Sousa.

O corpo de José Eduardo dos Santos, que governou Angola de 1979 a 2017, chegou a Luanda no passado dia 20, depois de as autoridades judiciais espanholas terem decidido entregar a guarda do corpo à viúva e mãe de três dos seus oito filhos, Ana Paula dos Santos.

O antigo chefe de Estado morreu em 08 de julho, com 79 anos, em Barcelona, Espanha, onde passou a maior parte do tempo nos últimos cinco anos, mas as exéquias só agora se vão realizar devido à disputa sobre a custódia do corpo entre duas fações da família de José Eduardo dos Santos – a viúva e os três filhos mais novos, apoiados pelo regime angolano, contra os cinco filhos mais velhos.

A praça da República, onde se encontra o monumento fúnebre do primeiro Presidente angolano, no Memorial António Agostinho Neto, foi novamente escolhida para as cerimónias fúnebres, depois de ter acolhido um velório público sem corpo logo após a morte de José Eduardo dos Santos, durante um luto nacional de sete dias.

No sábado, realizaram-se as homenagens públicas, tendo a urna saído de manhã cedo da residência familiar no Miramar, em Luanda, com honras militares reduzidas, dirigindo-se em cortejo fúnebre para a praça da República.

Hoje, haverá honras militares num programa que inclui música lírica, leitura de mensagens do Estado angolano e da família, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), da Fundação José Eduardo Santos e leitura do elogio fúnebre, bem como um culto ecuménico, acompanhado de grupos corais.

Após um momento de saudação e deposição de coroa de flores por parte do Presidente da República, João Lourenço, segue-se a saída da urna com honras militares e início do cortejo fúnebre para o jazigo onde haverá uma cerimónia restrita, com representantes de governos estrangeiros.

Entre os convidados estão 21 delegações de alto nível, incluindo os Presidentes de Portugal, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, República Democrática do Congo, República do Congo, Zimbabué e África do Sul, bem como representantes de Ruanda, Guiné Equatorial, Gabão, Namíbia, Timor-Leste e Zâmbia.

A delegação de Portugal integra ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

Serão ainda ouvidas 21 salvas de canhões, realizando-se um sobrevoo honorífico de aeronaves e manobras da Marinha angolana na baía da Chicala, sendo as cerimónias concluídas com a deposição da urna no jazigo com uma oração.

Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, pontuada por acusações de corrupção e nepotismo.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo MPLA, partido no Governo desde que o país se tornou independente de Portugal em 1975.

As exéquias acontecem no rescaldo pós-eleitoral em que os cidadãos aguardam ainda a saída dos resultados definitivos das eleições gerais de quarta-feira, com os dados preliminares a apontar para uma vitória do MPLA já contestada pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, oposição).

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • EU
    28 ago, 2022 PORTUGAL 11:23
    " até à queda do REGIME colonial FAXISTA ", disse, em discurso de despedida, a porta voz do MPLA. Será que o Senhor Presidente da República de Portugal se sentiu CONFORTÁVEL com esta passagem? Pergunto porque foi num PAÍS de DITADURA COMUNISTA que esta afirmação foi TRANSMITIDA. Os salamaleques do NOSSO Presidente para com as Entidades Angolanas, foram muito bem batizados.

Destaques V+