19 ago, 2022 - 18:25 • Pedro Valente Lima
El Shafee el-Sheikh, um dos "Beatles" do Estado Islâmico (IS), foi esta sexta-feira condenado a prisão perpétua, nos Estados Unidos.
Capturado em 2018, o ex-cidadão britânico estava preso pelos crimes de tomada de reféns, conspiração no assassinato de cidadãos norte-americanos e apoio a uma organização terrorista.
Segundo o tribunal, o jihadista havia sido um dos responsáveis pelos homicídios de quatro reféns norte-americanos. Em 2014, a célula terrorista raptou e matou dois jornalistas, James Foley e Steven Sotloff, e dois funcionários de ajuda humanitária, Kayla Mueller e Peter Kassig.
Oito anos depois, e perante a justiça, el-Sheikh ficou a conhecer as consequências de um ato "horrorífico, bárbaro, brutal e criminoso", descreveu o juiz. A família de Foley, uma das vítimas, lamenta que "o ódio tenha dominado a humanidade" do terrorista. "Mas tu também perdeste - a tua liberdade, a tua cidadania e o contacto com a família. Todos nós perdemos."
O antigo cidadão britânico, de 34 anos, era um dos membros da célula terrorista "Beatles", pertencente ao Estado Islâmico. A alcunha, roubada à famosa banda de Liverpool, deve-se ao sotaque britânico dos seus três integrantes, provenientes de Londres. As autoridades norte-americanas responsabilizam o grupo jihadista pela decapitação de 27 pessoas.
Um dos membros de um grupo de sequestradores do Es(...)
Em 2015, dava-se o 'início do fim' da célula terrorista. Um dos membros, Mohammed Emwazi, foi morto num ataque de drone, na Síria. Já em 2018, el-Sheikh e Alexanda Kotey foram capturados por uma milícia curda apoiada pelos Estados Unidos.
Ambos os jihadistas foram extraditados do Iraque para os Estados Unidos em outubro de 2020, para serem julgados pela justiça norte-americana. Em setembro do ano passado, Kotey já havia assumido a culpa pelos crimes cometidos.
Já em abril deste ano, el-Sheikh foi presente a um julgamento de onze dias, em que se ouviram vítimas de rapto e respetivas famílias sobre os episódios de violência do grupo, marcados por "espancamentos aleatórios" e humilhações, relata a BBC.
No entanto, só agora se declarou a sentença, mais precisamente, de oito prisões perpétuas, sem qualquer hipótese de saída antecipada por bom comportamento. El-Sheikh não concordou com a decisão e vai recorrer.