01 set, 2022 - 17:45 • Ricardo Vieira
Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) vão permanecer na central ucraniana de Zaporíjia, que está sob controlo das tropas russas.
"A AIEA vai ficar em Zaporíjia", declarou o diretor-geral daquela agência das Nações Unidas, Rafael Gossi.
Os peritos da Agência Internacional de Energia Atómica iniciaram esta quinta-feira uma inspeção à maior central nuclear da Europa, que está numa das frentes de batalha da guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro com a invasão ordenada por Vladimir Putin.
“Nós alcançamos algo muito importante hoje e a coisa mais importante é que a AIEA vai continuar aqui”, declarou Rafael Gossi, citado pelas agências internacionais.
O responsável da organização, que lidera pessoalmente a missão de fiscalização de 14 pessoas, já tinha anunciado, na quarta-feira, a intenção de instalar uma "presença permanente" no local, que está no centro de fortes preocupações.
"Fizemos uma avaliação inicial. Vimos o trabalho dedicado dos funcionários e da direção. Apesar das circunstâncias muito, muito difíceis, eles continuam a trabalhar com profissionalismo", acrescentou o diretor da AIEA.
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Em Kiev, o chefe do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Robert Mardini, pediu a suspensão de todas as operações militares à volta da central, avisando que um ataque seria "catastrófico".
"Já é hora de parar de brincar com fogo e tomar medidas concretas para proteger este local", disse Mardini.
Rússia e Ucrânia acusam-se mutuamente, há várias semanas, de colocarem em risco a central nuclear, que é a maior da Europa.
Um dos dois reatores em operação foi desligado devido a bombardeamentos que os ucranianos atribuem às forças russas, enquanto Moscovo acusa Kiev de ter enviado equipas de sabotagem para a central atómica.
A central está localizada ao longo do rio Dnieper, cuja margem esquerda é controlada neste setor por tropas russas.