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Pior qualidade do ar vai afetar centenas de milhões de pessoas

07 set, 2022 - 03:50 • Lusa

Num relatório divulgado pelas Nações Unidas consta o aviso de que o aumento de partículas poluentes, ligado às alterações climáticas, pode ter consequências tão graves como o aquecimento global.

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A Organização Meteorológica Mundial advertiu que centenas de milhões de pessoas serão afetadas pela deterioração da qualidade do ar prevista este século, devido ao aumento de incêndios e da intensidade e duração das vagas de calor.

No seu boletim anual sobre a qualidade do ar, emitido por ocasião do Dia Internacional do Ar Limpo, a agência das Nações Unidas avisou que o aumento de partículas poluentes, ligado às alterações climáticas, pode ter consequências tão graves como o aquecimento global.

"À medida que a temperatura global cresça, espera-se que os incêndios florestais e a poluição atmosférica relacionada aumentem, mesmo num cenário de baixas emissões", com consequências para a saúde humana e ecossistemas, disse o secretário-geral da organização, Petteri Taalas.

O documento, baseado em dados de 2021, mostra aumentos acentuados (acima de 30 microgramas por metro cúbico de ar) nas concentrações de partículas em áreas que sofreram incêndios graves no ano passado, especialmente na Sibéria (norte da Rússia), Canadá e no oeste dos Estados Unidos, em comparação com a média para o período 2003-2020.

As medições também registaram um aumento acima da média das emissões causadas por atividades como a geração de calor e a queima de restolho agrícola, especialmente nos meses de inverno na Índia e noutras partes do sul da Ásia.

No oeste da América do Norte, os incêndios florestais entre maio e setembro em algumas áreas causaram concentrações adicionais até 20 microgramas de poluentes PM2.5 (os mais nocivos para a saúde) por metro cúbico, quatro vezes o nível recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Teme-se que este ano se registem aumentos semelhantes na concentração de partículas poluentes em regiões como a Europa e a China, atingidas por vagas de calor e incêndios florestais, que no caso europeu são conhecidos por terem causado a emissão de 6,4 megatoneladas de carbono.

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