07 set, 2022 - 04:48 • Marisa Gonçalves com Agências
O embaixador russo nas Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, disse que a Rússia está a aguardar detalhes concretos sobre a proposta de criação de zona de segurança e desmilitarizada, ao redor da central nuclear de Zaporíjia.
As palavras do diplomata russo foram proferidas aos jornalistas, no âmbito de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação em Zaporíjia.
A reunião foi convocada pela Rússia e aconteceu esta terça-feira, já depois de ser conhecido um relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) que alerta para a necessidade de ações urgentes para evitar um acidente nuclear, e já depois de o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, ter pedido que seja garantida uma zona desmilitarizada na zona, na mesma linha defendida pelo Diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.
Nessa reunião do Conselho de Segurança da ONU, Guterres apelou a que Rússia e Ucrânia se comprometam em travar atividades militares perto ou a partir da central nuclear e que garantam um acordo por um perímetro desmilitarizado.
Já em declarações aos jornalistas, Vasily Nebenzya declarou estar a par da “proposta das Nações Unidas que surgiu há uns meses atrás” e recordou que na ocasião disse querer saber mais pormenores.
“Foi a primeira pergunta que fiz, quis saber detalhes. E não sei o que o diretor-geral Grossi (da AIEA) quer dizer com isso, ou até que ponto isso melhoraria a segurança”, afirmou.
O embaixador russo na ONU rejeita que a desmilitarização da central nuclear seja uma solução adequada para reduzir o clima de tensão, na zona.
"Nas circunstâncias atuais, essa desmilitarização não será uma medida para proteger a central nuclear. (… ) A única maneira razoável de garantir que a central esteja protegida contra acidentes nucleares é impedir o bombardeamento ucraniano”.
O embaixador russo junto da ONU lamentou ainda que o relatório da AIEA não aponte para a responsabilidade da Ucrânia, que Moscovo acusa de ter bombardeado a central nuclear e saudou ainda a decisão da AIEA de estabelecer uma presença permanente na central de Zaporijia.
Na reunião do Conselho de Segurança da ONU, os diplomatas ocidentais apontaram o dedo para a responsabilidade da Rússia, que ocupa o local.
Nesta terça-feira, a cidade de Energodar, onde está instalada a central nuclear de Zaporíjia, voltou a ser alvo de intensos bombardeamentos.