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Covid-19 persistente afetou 17 milhões de europeus nos primeiros dois anos da pandemia

14 set, 2022 - 08:07 • Lusa

A maioria das pessoas que passaram pela Covid-19 recuperam por completo, mas entre 10 e 20% desenvolveram efeitos a médio e longo prazo.

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Cerca de 17 milhões de europeus sofreram Covid-19 persistente nos primeiros dois anos da pandemia, segundo um estudo divulgado na terça-feira que aponta que as mulheres são duas vezes mais propensas a sofrerem com esta condição.

A investigação demonstrou, especificamente, um aumento de 307% nos casos de Covid-19 persistente diagnosticados entre 2020 e 2021, devido ao aumento de infeções desde o final de 2020 e ao longo de 2021, refere um estudo do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Escola de Medicina da Universidade de Washington para a região europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estudo sugere que as mulheres são duas vezes mais propensas que os homens a sofrer de Covid-19 persistente e que o risco aumenta dramaticamente entre casos graves que necessitam de hospitalização, com uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens propensos a desenvolver esta doença por um longo período.

A maioria das pessoas que passaram pela Covid-19 recuperam por completo, mas entre 10 e 20% desenvolveram efeitos a médio e longo prazo.

"Embora ainda haja muito a ser estudado sobre a persistência da Covid-19, especialmente como se apresenta em populações vacinadas em comparação com não vacinadas e como afeta as reinfecções, estes dados destacam a necessidade urgente de mais análises e aumento do investimento, apoio e solidariedade com aqueles que sofrem com esta condição”, destacou Hans Henri P. Kluge, diretor regional da OMS para a Europa.

Da mesma forma, o diretor do IHME, Christopher Murray, detalhou que quase 145 milhões de pessoas em todo o mundo sofreram, nos primeiros dois anos da pandemia, de qualquer um dos três grupos de sintomas persistentes da Covid-19: fadiga com dor no corpo e alterações de humor, problemas cognitivos e falta de ar.

"Saber quantas pessoas são afetadas e durante quanto tempo é importante para os sistemas de saúde e agências governamentais desenvolverem serviços de reabilitação e apoio”, realçou Murray.

Também é fundamental que os empregadores entendam o problema, para que sejam criadas acomodações especiais para ajudar aqueles que enfrentam limitações, acrescentou.

Para ajudar a colmatar as lacunas no conhecimento e ajudar as pessoas que vivem com Covid-19 persistente, a região europeia da OMS anunciou um acordo com a Long COVID Europe, uma organização em rede composta por 19 associações de doentes com sede em estados em toda a Europa.

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