16 set, 2022 - 19:01 • Lusa
O Presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que quer terminar o conflito na Ucrânia "o mais depressa possível", depois de ter ouvido as preocupações do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
À margem da cimeira da Organização para a Cooperação de Xangai, que decorre em Samarcanda, Uzbequistão, Narendra Modi disse a Vladimir Putin que este não é o "momento para uma guerra".
Em resposta, o Presidente russo garantiu que é sua intenção terminar o conflito na Ucrânia "o mais depressa possível", dizendo a Modi que entende as suas "preocupações" sobre esta questão.
"Conheço a sua posição sobre o conflito na Ucrânia, as suas preocupações (...) Faremos tudo para acabar com isso o mais depressa possível", garantiu Putin, que atribui responsabilidade exclusiva ao regime de Kiev.
"Infelizmente, a liderança da Ucrânia recusou qualquer processo de negociação e indicou que quer alcançar os seus objetivos por meios militares, no campo de batalha", denunciou o líder russo.
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Modi sublinhou que este é o momento para a defender a "democracia, a diplomacia e o diálogo", mostrando-se disponível para conversar com Putin sobre "como avançar no caminho da paz".
Até hoje, Modi tem-se abstido de condenar explicitamente a invasão russa da Ucrânia e continua a dizer que Moscovo é o "pilar essencial" da política externa indiana, elogiando a "parceria estratégica" entre os dois países.
As declarações do líder indiano acontecem um dia depois de Putin ter reconhecido que a China, principal aliada da Rússia, tem revelado "preocupações" com o rumo do conflito na Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.