17 set, 2022 - 15:31 • Lusa com Redação
A presidência checa da União Europeia defende a criação de um tribunal internacional para crimes de guerra, após a descoberta de centenas de corpos sepultados na Ucrânia.
O apelo acontece depois da descoberta de cerca de 450 sepulturas nos arredores de Izium, uma cidade no leste da Ucrânia recapturada dos russos na semana passada, com alguns dos corpos exumados mostrando sinais de tortura. Além de militares vítimas dos combates, há também corpos de civis, incluindo crianças.
“No século XXI, esses ataques à população civil são impensáveis e hediondos”, disse o ministro das Relações Exteriores checo, Jan Lipavsky, na sua conta do Twitter.
“Não devemos ignorá-lo. Somos pela punição de todos os criminosos de guerra”, acrescentou, insistindo: “peço o rápido estabelecimento de um tribunal internacional especial que processará o crime de agressão”.
Segundo os investigadores, alguns corpos exumados estavam com as mãos amarradas nas costas. Corpos de crianças também foram encontrados.
A República Checa, um ex-país comunista e agora membro da União Europeia e da NATO, recebeu cerca de 400.000 refugiados ucranianos e forneceu ajuda militar no valor de cerca de 150 milhões de euros à Ucrânia, invadida pela Rússia em 24 de fevereiro.
Até agora, cerca de 450 sepulturas foram localizadas nas proximidades de Izium, na área libertada pelas tropas ucranianas de Kharkov.
Segundo o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, as tropas russas teriam incorrido ali em “atrocidades” comparáveis às reveladas em Bucha, a cidade nos arredores de Kiev, onde em abril foram encontrados centenas de corpos de civis com sinais de tortura e de aparentemente trem sido executados.
A Ucrânia, apoiada por uma comissão da ONU e investigadores internacionais, acusa Moscovo de crimes de guerra naquela cidade dos arredores da capital.