20 set, 2022 - 22:25 • Lusa
O Presidente dos EUA vai falar sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, tema que se tornou um "cavalo de batalha" para os norte-americanos desde a invasão da Ucrânia, disse esta terça-feira um assessor diplomático de Joe Biden.
"[O Presidente norte-americano] vai falar seriamente sobre a questão de uma reforma do Conselho de Segurança [da ONU] em Nova Iorque", disse Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, numa conferência de imprensa na véspera de Joe Biden discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas.
"Ainda estamos a determinar se falará publicamente ou em conversas com o secretário-geral [da ONU, António Guterres] e outros", acrescentou, indicando que, no entanto, é "muito possível" que Biden fale publicamente sobre o assunto.
A questão da reforma do Conselho de Segurança da ONU surge a cada crise internacional, que leva sempre um membro dos cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) usa o direito de veto para bloquear uma ou outra resolução.
Mas a forma como Moscovo tem usado o seu próprio direito de veto desde a invasão da Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro, levou Washington a tomar a questão por conta própria e a defender um aumento do número de membros permanentes e alterações ao estatuto do veto.
Segundo Jake Sullivan, o Presidente norte-americano também fará "novos anúncios importantes" sobre a forma como os Estados Unidos vão investir na segurança alimentar.
Genericamente, Biden pretende reunir o maior número possível de países em torno da condenação da invasão russa da Ucrânia, depois de os principais países emergentes se terem recentemente distanciado publicamente da Rússia.
"O que ele realmente vai destacar sobre a Ucrânia será o princípio fundador no coração da carta da ONU, de que um país não pode conquistar os vizinhos pela força", disse o assessor diplomático de Biden.
"Todos os Estados, democracias ou autocracias, ratificaram os princípios da Carta das Nações Unidas. É uma forma de abordar todos os países reunidos nesta sala, incluindo os que recentemente manifestaram maior preocupação e maior distância em relação à Rússia", explicou Jake Sullivan.