21 set, 2022 - 07:23 • Redação com agências
“O Ocidente não pára com ameaças contra o nosso país”. Vladimir Putin começou a sua intervenção desta manhã acusando os países ocidentais de odiarem a Rússia durante muitos anos e de iniciarem uma guerra contra Moscovo na Ucrânia em 2014. Nesta mensagem à nação, quando se está a chegar ao sétimo mês de conflito, anunciou uma mobilização militar parcial e um aumento da produção de armamento.
O Presidente garantiu,
por isso, que uma operação militar preventiva era a única opção possível,
porque o Ocidente se recusou a ter uma solução pacífica para a questão do
Donbass, onde a população era refém de Kiev.
Diz que o país está a ser alvo de um ataque do Ocidente na fronteira com a Ucrânia e que os militares na reserva serão convocados para combater. "Apenas os cidadãos que se encontram atualmente na reserva e, sobretudo, aqueles que serviram nas Forças Armadas, têm certas especialidades militares e experiência relevante, serão sujeitos a alistamento", revelou na sua intervenção de cerca de 15 minutos.
O líder acusou o Ocidente de fazer chantagem nuclear e deixou um aviso no ar: “Alguns representantes de países líderes da NATO vieram dizer que há a possibilidade de recorrer a armas nucleares contra a Rússia. A esses, lembro que a Rússia também tem várias armas de destruição em massa, algumas das quais com componentes mais modernos”.
“Temos muitas armas em nosso poder, não estamos a fazer bluff”, garantiu, acrescentando que o país vai retaliar “com todos os meios disponíveis”.
Disse que Moscovo vai aumentar o fabrico de armamento face à ameaça dos “mercenários do ocidente, que fornecem armamento às forças armadas ucranianas”.
Na sua intervenção, o chefe de Estado russo afirmou que os objetivos estão a ser cumpridos e que “o fim está próximo” com várias regiões já livres “de nazis”.
Num discurso pré-gravado, Putin justificou a agressão militar e pronunciou a palavra “guerra” pela primeira vez: “Os ocidentais empurraram a Ucrânia para a guerra connosco”.
Garantiu que o objetivo é manter a segurança do país. “É preciso passos para defender a soberania e integridade territorial da Rússia.”
Quanto aos referendos nas quatro regiões do Donbass, o presidente
russo garantiu que fará todo o possível para garantir todas as
condições para que as pessoas possam expressar a sua vontade.
Esta é a primeira mensagem ao país de Putin desde o início da ofensiva na Ucrânia que, a 24 de fevereiro. A sua intervenção estava agendada para a tarde desta terça-feira, mas foi adiado sem justificação para esta manhã, “quando o Extremo Oriente acordar”.
As autoridades locais das regiões de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, anunciaram esta terça-feira a realização, de 23 a 27 de setembro, de referendos para decidirem sobre a sua anexação pela Rússia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na
Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis
milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países
europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica
esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A medida, que entra de imediato em vigor, obedece (...)