22 set, 2022 - 21:53 • João Malheiro
O primeiro-ministro pediu uma investigação independente à "flagrante violação do Direito Internacional" cometido pela Rússia, com a guerra contra a Ucrânia.
Na Assembleia Geral das Nações Unidas, esta quinta-feira, António Costa diz que Moscovo "deve cessar as hostilidades e permitir a criação de uma diálogo sério e sustentado, orientado para o cessar fogo e a paz".
"Não é tempo da Rússia escalar o conflito e fazer irresponsáveis ameaças", critica.
Não obstante, o líder do Executivo deixa claro que quaisquer sanções à Rússia não podem afetar o comércio de cereais.
António Costa aproveitou o seu discurso na ONU para defender uma reformulação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para que seja mais "representativo, ágil e funcional".
"Um Conselho de Segurança que reconheça que as alterações climáticas são um fator de aceleração de conflito. Um Conselho de Segurança em que países africanos e, pelo menos, Brasil e India sejam incluidos", apela.
Portugal tem intensificado contactos durante a 77.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU para preparar a candidatura ao Conselho de Segurança em 2026. Uma campanha que João Gomes Cravinho diz aos jornalistas ser "multifacetada".
O ministro dos Negócios Estrangeiros acredita que Portugal tem "argumentos muito fortes" para voltar a integrar o orgão.
O primeiro-ministro realça também que Portugal "tem estado na linha da frente do processo de descarbonização".
"O potencial transformador das Nações Unidas é imenso, mas para isso é necessário depositar as ferramentas necessárias. Um terça da população mundial tem menos de 20 anos. É indispensável que as vozes dos jovens sejam escutadas e que tenham uma presença no processo de decisão", defende, ainda.