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Presidente iraniano anuncia investigação a morte de Mahsa

23 set, 2022 - 08:30

A jovem mulher, de 22 anos, foi detida na terça-feira passada pela designada “polícia de moralidade” de Teerão.

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O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, anunciou, esta quinta-feira, uma investigação à morte da jovem detida pela polícia por uso incorreto de um véu, que tem provocado protestos no Irão, mas denunciou a "hipocrisia das potências ocidentais".

"Tenho certeza, uma investigação será certamente aberta", afirmou Raisi aos jornalistas à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, indicando que o relatório do médico legista não mencionou abusos da polícia.

A jovem Mahsa Amini, de 22 anos, foi detida na terça-feira passada pela designada “polícia de moralidade” de Teerão, onde se encontrava de visita, por alegadamente trazer o véu de forma incorreta e transferida para uma esquadra com o objetivo de assistir a “uma hora de reeducação”.

Morreu três dias mais tarde num hospital onde chegou em coma após sofrer um ataque cardíaco, que as autoridades atribuíram a problemas de saúde, versão rejeitada pela família.

Desde então multiplicaram-se os protestos em pelo menos 20 cidades, com a morte de pelo menos 17 pessoas, segundo a televisão estatal iraniana.

A Iran Human Rights (IHR), uma organização não governamental (ONG) sediada em Oslo, referiu-se a um balanço mais elevado, ao referir-se a pelo menos 31 civis mortos no Irão desde o início das manifestações.

“O povo iraniano desceu às ruas para se bater pelos direitos fundamentais e a sua dignidade humana (…) e o Governo respondeu a estas manifestações pacíficas com balas”, denunciou em comunicado o diretor da ONG, Mahmood Amiry Moghaddam, ao emitir um balanço após seis dias de protestos.


Em paralelo, a Guarda Revolucionária do Irão definiu como “sedição” os protestos por Masha Amini e pediu ao poder judicial que proceda ao julgamento “de quem dissemina rumores e mentiras” nas redes sociais e nas ruas.

O corpo militar referia-se aos recentes atos de “sedição” que foram “organizados pelo inimigo”, num duro comunicado onde também envia condolências à família da falecida.

“Pedimos ao judiciário que identifique os que disseminam rumores e mentiras nas redes sociais e nas ruas e atue decididamente contra eles”, acrescentou esta divisão de elite das Forças armadas iranianas.

Na noite de quarta-feira, o Governo iraniano bloqueou a internet quase totalmente e condicionou as aplicações WhatsApp e Instagram, numa aparente tentativa de controlar os protestos.

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