26 set, 2022 - 19:14 • Rosário Silva , com agências
O líder da Igreja Ortodoxa russa afirmou que os soldados russos que morrerem na guerra contra a Ucrânia vão ser perdoados de todos os seus pecados.
Conhecido aliado de Vladimir Putin e apoiante da invasão, o patriarca Kirill proferiu estas declarações dias depois de o Presidente ter convocados 300 mil cidadãos na reserva para se unirem às tropas russas na Ucrânia.
"Muitos estão a morrer nos campos da guerra", disse Kirill, de 75 anos, no seu primeiro discurso de domingo desde a ordem de mobilização.
O líder da Igreja Ortodoxa russa lembrou que “a Igreja reza para que esta batalha termine o mais depressa possível”, e para que haja o “menor número possível de irmãos que se matam nesta guerra fratricida".
“Ao mesmo tempo”, prosseguiu, “a Igreja percebe que se alguém, movido pelo sentido do dever e pela necessidade de cumprir o seu juramento, vai cumprir o seu dever, e se uma pessoa morre no cumprimento desse dever, então sem dúvida que cometeu um ato equivalente ao sacrifício”.
“Ter-se-ão sacrificado pelos outros”, acrescenta, logo, “acreditamos que este sacrifício lava todos os pecados que uma pessoa cometeu".
Mais de 1.300 pessoas foram detidas na quarta-feir(...)
Num documento enviado ao Conselho da União Europeia pelo Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, o patriarca ortodoxo Kirill foi descrito como "um aliado de longa data do presidente Vladimir Putin, que se tornou um dos mais proeminentes apoiantes da agressão militar russa contra a Ucrânia", nomeadamente por ter apoiado a "operação especial de manutenção da paz" russa e a ter classificado como "operação de limpeza religiosa" e ainda por ter "abençoado os soldados russos".
O apoio de Kirill à guerra na Ucrânia criou também um evidente mal-estar entre o ramo russo da Igreja Ortodoxa e outros círculos da Ortodoxia em todo o mundo.
O próprio Papa Francisco, chefe da Igreja Católica, que tem marcado com palavras a sua oposição à guerra, já deixou patente o seu descontentamento pela posição de Kirill.
A medida, que entra de imediato em vigor, obedece (...)