27 set, 2022 - 21:54 • Lusa
Várias bombas deflagraram esta perto da central nuclear ucraniana de Zaporíjia, ocupada por tropas russas, e estilhaçaram vidros em alguns edifícios, mas com danos limitados, indicou a Agência internacional de Energia Atómica (AIEA).
Os inspetores da agência da ONU que permanecem nas instalações indicaram que foram registadas esta manhã novas explosões perto do canal que fornece água ao sistema de refrigeração da central, uma componente essencial para a segurança da instalação.
"Não se registaram danos na estrutura ou na equipa presente na central, mas duas janelas da sala do reator da unidade ficaram partidas" assinalou a AIEA em comunicado.
Na segunda-feira, diversas bombas deflagraram no setor das ligações elétricas, a algumas centenas de metros do centro de formação da central nuclear, a maior da Europa.
Estas explosões e bombardeamentos são os primeiros em vários dias e demonstram "que a situação permanece precária e é necessária uma ação imediata para reduzir o risco de acidente", assinalou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, citado no comunicado.
Grossi recordou que a maior central nuclear da Europa está "em metade de uma zona de guerra".
O chefe da AIEA manteve contactos na semana passada com a Rússia e a Ucrânia para impulsionar a criação de uma zona de segurança em redor da central, e na segunda-feira insistiu na disponibilidade de prosseguir as consultas nos dois países.
Resultados preliminares, avançados pelas autoridad(...)
As autoridades pró-Moscovo anunciaram esta terça-feira que os cidadãos da região ucraniana de Zaporijia, uma das quatro ocupadas pela Rússia, aprovaram a anexação à Federação Russa no referendo organizado pelo Kremlin e que decorreu nos últimos quatro dias.
De acordo com autoridades eleitorais instaladas pela Rússia na região, 93,11% das pessoas votaram a favor da anexação.
Num processo de referendo considerado sem credibilidade pelos países ocidentais e grande parte da comunidade internacional, os resultados de três outras regiões ucranianas devem divulgados em breve.
O resultado predeterminado prepara o terreno para uma nova fase perigosa na guerra da Rússia na Ucrânia, já que se espera que sirva de pretexto para Moscovo anexar as quatro regiões, o que poderá acontecer já na sexta-feira.
Na região de Kherson, a administração de Moscovo informou que 87,05% dos eleitores votaram a favor do "sim" à anexação, tendo sido também contados todos os votos.
Pouco depois, as autoridades em Lugansk também anunciaram a vitória do "sim", enquanto a contagem na quarta região ucraniana onde também se realizou um "referendo", o Donbass (leste), continua, apesar de as autoridades já terem anunciado que "o sim prevaleceu largamente".
[notícia atualizada às 22h32]