28 set, 2022 - 06:49 • Lusa
O furacão Ian segue em direção ao estado norte-americano da Florida após passar por Cuba, onde deixou 11,2 milhões de habitantes sem eletricidade na noite de terça-feira, devido a “uma avaria”, confirmou a elétrica estatal.
Num comunicado, a empresa Unión Elétrica (UNE) disse que a rede nacional cubana "está numa situação excecional: geração zero de eletricidade (sem fornecimento de eletricidade no país)".
De acordo com o jornal oficial Juventud Rebelde, a falha ocorreu às 17h57 (22h57 em Lisboa), após a central termoelétrica Antonio Guiteras, uma das maiores do país, "ter saído de rede". A ligação não foi ainda resposta, acrescentou.
A falha atingiu inicialmente cerca de um milhão de pessoas nas províncias ocidentais de Cuba, mas posteriormente toda a rede deixou de receber energia.
"Atualmente, está-se a trabalhar de forma contínua para retomar a ligação à rede. Os trabalhos prolongar-se-ão até à madrugada" de hoje, garantiu Lázaro Guerra, diretor técnico da UNE.
O Ministério da Energia e Minas cubano, que tem a tutela da UNE, disse que a falha está "nas ligações oeste, centro e leste" e que "a solução exige grande precisão".
Cuba estava já a atravessar uma crise energética, uma vez que, da capacidade total de geração do país de 3.000 megawatts (MW), apenas 1.824 estavam em funcionamento.
O furacão Ian chegou na manhã de terça-feira à província de Pinar del Rio, no oeste de Cuba, onde as autoridades disponibilizaram 55 abrigos e retiraram 50 mil pessoas das suas casas.
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) disse que Cuba sofreu "impactos significativos" de tempestades e ventos sustentados de 205 quilómetros por hora.
Na capital cubana, onde vivem 2,1 milhões de pessoas, duas casas desabaram parcialmente, segundo Alexis Acosta, administrador do bairro histórico de Havana.
O NHC disse esperar que o furacão Ian ganhe ainda mais força sobre as águas quentes do Golfo do México antes de chegar hoje, com ventos de 209 quilómetros por hora, à Florida, onde as autoridades obrigaram 2,5 milhões de pessoas a sair de suas casas.
O governador da Florida, Ron DeSantis, declarou o estado de emergência e mobilizou cinco mil soldados da Guarda Nacional do estado da Florida, com outros dois mil de prontidão nos estados vizinhos.