28 set, 2022 - 23:53 • Lusa
O diretor-geral de Política Externa (DGPE) do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), Rui Vinhas, expressou esta quarta-feira ao embaixador do Irão em Portugal a condenação portuguesa do "uso desnecessário e desproporcionado da força contra manifestantes pacíficos".
Em comunicado colocado na página do MNE lê-se que Vinhas transmitiu ao diplomata iraniano "a firme condenação de Portugal pelo uso desnecessário e desproporcionado da força contra manifestantes pacíficos e pelas detenções e mortes daí resultantes".
O DGPE sublinhou ainda a posição do MNE de que "os direitos civis e políticos devem ser respeitados e que devem ser responsabilizados aqueles que os violam", acrescentou-se.
Sobre aqueles protestos, o porta-voz do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, disse hoje que a ONU quer ver "o fim da violência", pedindo ainda que o direito ao protesto pacífico seja garantido e que "as forças de segurança não usem força desproporcional ou letal contra os manifestantes".
As Nações Unidas já expressaram em várias ocasiões a sua preocupação com o número de vítimas registadas nos protestos. .
A televisão estatal iraniana afirmou há três dias que 41 pessoas morreram, mas esclareceu que esta é a sua própria contagem e não são números oficiais.
Outras fontes, como a organização não-governamental "Iran Human Rights", com sede em Oslo, apontam para 76 mortos.
António Guterres também pediu uma investigação rápida e "imparcial" à morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que morreu após ter sido detida pela designada Polícia da Moral.
A força policial deteve a jovem sob a acusação de falta de cumprimento das regras de vestuário para as mulheres.
A morte de Mahsa Amini desencadeou uma vaga de protestos no Irão, que têm degenerado em incidentes e confrontos com as forças policiais.