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Ativista pró-democracia de Hong Kong condenado à revelia por "fazer pouco" da Justiça

29 set, 2022 - 11:20 • Lusa

Ted Hui é acusado de ter enganado a polícia e o tribunal para poder viajar antes do julgamento, o que lhe permitiu exilar-se na Dinamarca.

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O ex-deputado de Hong Kong e figura do movimento pró-democracia Ted Hui foi condenado esta quinta-feira à revelia a três anos e meio de prisão por um tribunal local por ter enganado as autoridades para sair do país e conseguir exilar-se no estrangeiro.

O opositor também enfrenta várias acusações devido a sua participação nas manifestações pró-democracia de 2019, bem como por organizar protestos que interromperam as sessões do Conselho Legislativo de Hong Kong.

O juiz Andrew Chan declarou que Hui enganou a polícia e o tribunal para obter o levantamento das restrições de viagem antes do seu julgamento, apresentando documentos falsos relacionados a uma visita oficial à Dinamarca.

Hui "fez pouco do sistema de justiça", disse o juiz, acrescentando que a farsa foi "cuidadosamente orquestrada".

Reagindo nas redes sociais à sentença, Hui criticou o juiz por "cumplicidade com a tirania" e afirmou que essa sentença destacaria "a loucura e o absurdo" das autoridades de Hong Kong.

“Os tribunais de Hong Kong tornaram-se tribunais do Partido Comunista (chinês) e julgamentos políticos e sentenças que visam a dissidência tornaram-se um espetáculo banal”, escreve Hui.

Em dezembro de 2020, Ted Hui anunciou no final da sua viagem à Dinamarca que se estava a exilar devido à repressão de Pequim aos dissidentes em Hong Kong.

Desde então, o ativista mudou-se para a Austrália e continua a ser um crítico das autoridades em Hong Kong e Pequim.

O ex-deputado é um dos seis ativistas no exílio procurados pelas autoridades do território por ter incentivado a população a votar em branco nas eleições legislativas, após a imposição por Pequim de um novo sistema eleitoral.

A maioria das figuras do movimento pró-democracia está agora na prisão, desistiu da política ou fugiu para o estrangeiro depois de Pequim ter imposto uma nova lei de segurança nacional no território em 2020.

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