29 set, 2022 - 09:45 • João Cunha
Estima-se que qualquer coisa como 300 mil toneladas de metano já tenham sido libertadas para a atmosfera - o que aumentará a velocidade com que ocorrem as alterações climáticas. A Dinamarca, por seu lado, diz que até agora as fugas de gás no Báltico já equivalem a um terço de todas as emissões anuais dinamarquesas de gases com efeito de estufa - que em 2020 foram 45 milhões de toneladas de CO2.
O metano é o principal composto do gás natural. E é o pior causador do efeito de estufa, já que tem um poder de efeito de estufa "mais de oitenta vezes superior à do dióxido de carbono". E as quantidades bastante elevadas que estão a ser libertadas "estão a ir diretamente para a atmosfera", adianta a bióloga marinha Catarina Grilo, diretora de Conservação e Políticas da Associação Natureza Portugal e da WWF - World Wildlife Fund Portugal.
Já há algumas entidades, "como a Comissão Europeia", a alertar que "isto pode ser um grave problema ecológico e climático", assinala.
Há duas fugas do lado sueco e duas fugas do lado d(...)
Estas fugas de gás - quatro, até agora - em gasodutos no Mar Báltico podem acelerar as alterações climáticas.
Tendo ocorrido no mar, a dezenas de metros de profundidade, "a biodiversidade marinha foi a primeira a ser afetada, logo após as ondas de ruído provocadas pelas explosões que provocaram as fugas nos gasodutos", explica Catarina Grilo.
E estas ondas de ruido, provenientes das explosões, podem ter impacto, por exemplo, "em mamíferos marinhos como o boto, que é uma espécie ameaçada no Báltico tal como está ameaçada em Portugal, uma vez que pode afetar o eco-sonar que esta espécie usa para se orientar espacialmente".
Por outro lado, "podem também afetar a bexiga natatória dos peixes, um órgão que regula a flutuabilidade dos peixes".
Também o secretário-geral da NATO atribuiu as fuga(...)