Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Guerra na Ucrânia

Putin declara regiões de Kherson e Zaporíjia independentes antes da anexação

30 set, 2022 - 06:58 • Lusa

Estas consultas separatistas, realizadas entre 23 e 27 de setembro, foram condenadas por Kiev e pelo Ocidente, que consideram os referendos “farsas” democráticas.

A+ / A-

O Presidente russo declarou a independência das regiões ucranianas de Kherson e Zaporíjia, no sul da Ucrânia, um passo antes da anexação destes territórios pela Rússia.

Em comunicado, o Kremlin indicou que Vladimir Putin assinou o decreto com base nos recentes referendos em que a maioria dos eleitores apoiou a separação da Ucrânia e a adesão à Federação Russa.

Para reconhecer a independência de Kherson e Zaporíjia, o líder russo defende o direito de autodeterminação dos povos e os estatutos das Nações Unidas.

Estas consultas separatistas, realizadas entre 23 e 27 de setembro, foram condenadas por Kiev e pelo Ocidente, que consideram os referendos “farsas” democráticas.

No caso de Kherson, região que faz fronteira com a península anexada da Crimeia, mais de 87% dos eleitores apoiaram a anexação russa, enquanto mais de 93% dos participantes em Zaporíjia apoiaram esta opção, segundo fontes pró-russas.

Ambos os territórios foram conquistados por tropas russas nas primeiras semanas da ofensiva militar russa na Ucrânia, o que permitiu a Moscovo abrir um corredor terrestre entre o Donbass e a Crimeia.

A península banhada pelo Mar Negro depende para a sua sobrevivência dos recursos hidrológicos, energéticos e de cereais do sul da Ucrânia.

As autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, cuja independência foi reconhecida por Putin em fevereiro passado, também realizaram referendos considerados ilegais pelo Ocidente, nos quais apoiaram a adesão à Rússia.

Os líderes destas quatro regiões dirigiram-se esta semana ao líder do Kremlin para que Putin autorize a sua entrada urgente na Federação Russa.

Conforme divulgado hoje pela presidência russa, Vladimir Putin formalizará esta sexta-feira, durante uma cerimónia solene no Kremlin, a anexação dos quatro territórios ucranianos com a assinatura dos tratados correspondentes.

Na Crimeia, um referendo considerado ilegal pelo Ocidente também foi organizado há oito anos, após o qual a sua independência foi proclamada e depois o território anexado pela Rússia.

Ocidente contesta referendos

O Conselho de Segurança da ONU irá votar, esta sexta-feira, uma resolução a condenar os referendos realizados em quatro regiões ucranianas, que abriram caminho à anexação destes territórios pela Rússia.

A reunião terá lugar às 15h00 (20h00 em Lisboa), antes de outra discussão sobre as fugas descobertas nos gasodutos Nord Stream no Mar Báltico, disse a presidência francesa do Conselho.

A resolução preparada pelos Estados Unidos e pela Albânia, cujo conteúdo concreto ainda não foi tornado público, deverá ser rejeitada, uma vez que a Rússia tem direito de veto, como membro permanente do Conselho de Segurança.

Caso a resolução seja vetada, irá passar para a Assembleia Geral da ONU, onde a esmagadora maioria dos países tem condenado a invasão russa da Ucrânia.

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou na quinta-feira a Rússia que a anexação de territórios ucranianos "não terá valor jurídico e merece ser condenada", frisando que "não pode ser conciliada com o quadro jurídico internacional".

A Comissão Europeia propôs na quarta-feira um oitavo pacote de sanções à Rússia, face à “nova escalada” do Kremlin na sua agressão à Ucrânia, com a realização de “referendos fraudulentos”, mobilização parcial e a ameaça de recurso a armas nucleares.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Cidadao
    30 set, 2022 Lisboa 14:25
    A libertação daquelas regiões, ou é com a morte de Putin, ou no campo de batalha. Por negociações, nem daqui a 100 anos. Sobre os pretensos "referendos" já se disse tudo. agora quero é saber como fica o afluxo de armamento para a Ucrânia. Vão aumentar esse envio com armas capazes de por os russos em fuga, ou vão acobardar-se à chantagem de Putin, que é para amanhã ele jogar a mesma cartada a exigir a Polónia ou os Países bálticos?
  • Cidadao
    30 set, 2022 Lisboa 09:36
    A melhor maneira de condenar a anexação, não é por resoluções palavrosas, mas sim aumentar o fornecimento de armas ofensivas à Ucrânia que lhe permita atacar e recuperar esse território que todos, menos os cães russos, consideram território Ucraniano. E deixar de ser tão condescendente com o bully Putin, demonstrando-lhe que se usar alguma arma de destruição maciça, a NATO e o Ocidente não se ficam só por sanções...

Destaques V+