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Irão e EUA alcançam acordo para troca de oito prisioneiros

03 out, 2022 - 19:20 • Lusa

A negociação pressupõe a troca de quatro presidiários de cada país. A notícia surge depois de Baquer Namazi, com passaporte iraniano e norte-americano, que estava detido e proibido de deixar o Irão desde 2016, ter sido libertado e autorizado a abandonar o país.

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O Irão e os Estados Unidos alcançaram um acordo para a troca de prisioneiros, divulgou hoje a agência noticiosa iraniana Nour, dois dias depois de um cidadão iraniano-norte-americano detido por Teerão ter sido autorizado a deixar o país.

"Foi acordada a troca de quatro prisioneiros [norte-americanos] no Irão por quatro prisioneiros [iranianos] nos Estados Unidos", informou a agência noticiosa, sem avançar se a troca já foi concretizada.

Os Estados Unidos também não comentaram se a troca de prisioneiros foi concretizada.

A notícia da troca de prisioneiros surgiu depois de a ONU ter anunciado, no sábado, que Baquer Namazi, um cidadão de 85 anos com dupla nacionalidade (iraniana e norte-americana), que estava detido e proibido de deixar o Irão desde fevereiro de 2016, tinha sido libertado da prisão e autorizado a abandonar o país.

O filho de Namazi, detido há sete anos, também foi libertado e está "em casa no Teerão", disse o advogado de ambos. Segundo precisou a agência Nour, a libertação de Namazi não está relacionada com o acordo hoje anunciado.

Pelo menos dois outros cidadãos norte-americanos estão atualmente detidos no Irão: Emad Sharqi, um investidor cuja condenação a dez anos de prisão por espionagem foi feita em janeiro de 2021, e Morad Tahbaz, que tem também nacionalidade britânica, detido em 2018 e que se encontra em liberdade provisória desde julho.

De acordo com a agência Nour, o acordo entre os dois países abrange também "a libertação de recursos em moeda estrangeira da Coreia do Sul para o Irão".

No domingo, após o anúncio da libertação de Namazi, a agência noticiosa oficial Irna indicou que Teerão estava à espera da libertação de sete mil milhões de dólares (cerca de 7.140 milhões de euros) provenientes dos fundos congelados no exterior.

No entanto, os Estados Unidos classificaram a informação como "completamente falsa", pois não existe qualquer ligação entre os dois processos.

"Com a continuação das negociações através de intermediários entre o Irão e os Estados Unidos, o Banco Central de um dos países da nossa região foi designado para depositar ali os fundos libertados da Coreia do Sul para o Irão", reportou a agência Nour, sem avançar pormenores.

Em janeiro de 2021, Teerão acusou Seul de reter sete mil milhões de dólares pertencentes ao Irão, pedindo repetidamente a devolução de tal montante.

Vários milhões de dólares de fundos iranianos foram congelados em vários países - incluindo na China, Coreia do Sul e Japão - desde que os Estados Unidos voltaram a impor sanções à República Islâmica, após se terem retirado unilateralmente, em 2018, do acordo internacional sobre o controverso programa nuclear iraniano.

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