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Guerra na Ucrânia

Finlândia retira último busto de Lenine ainda em exibição no país

04 out, 2022 - 16:14 • Lusa

A estátua do primeiro líder soviético foi retirada do parque central da cidade de Kotka, depois de uma votação local. Este ato segue a tendência de vários países que mantinham relações ou pertenciam à antiga União Soviética.

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As autoridades de uma cidade do sudeste da Finlândia, retiraram esta terça-feira o último busto do líder revolucionário russo Lenine ainda em exibição pública no país.

A decisão foi motivada pela guerra na Ucrânia. Um grupo de trabalhadores da construção civil em Kotka, uma cidade portuária de 52 mil habitantes e não muito distnate da fronteira com a Rússia, içou a estátua para o interior de um camião e levou-a para um armazém de um museu local, segundo a agência norte-americana AP.

A diretora do museu da cidade, Kirsi Niku, disse à emissora pública finlandesa YLE que o busto de bronze foi concebido e construído pelo escultor estoniano Matti Varik, no final da década de 1970, por encomenda de Moscovo.

Foi doado à cidade finlandesa em 1979, como uma prova de amizade de Tallinn, então capital da república soviética da Estónia e agora capital da nação báltica da Estónia.

A oferta deste tipo de estátuas a cidades finlandesas foi uma prática de Moscovo, particularmente nas décadas de 1970 e 1980, para sublinhar a amizade entre a Finlândia e a União Soviética a seguir à II Guerra Mundial.

O busto de Lenine estava localizado num parque central de Kotka, adjacente a uma casa de madeira onde o fundador do partido bolchevique terá ficado. Foi vandalizado ao longo dos anos, mas permaneceu no parque até que a câmara da cidade decidiu retirá-lo, numa votação realizada em junho.

No final de abril, as autoridades de Turku, no sudoeste da Finlândia, ordenaram a remoção de outro busto de Lenine do centro histórico da cidade, também devido a protestos da população local por causa da invasão russa à Ucrânia.

Outros países europeus com um passado soviético adotaram medidas idênticas relativamente a monumentos da era da União Soviética desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro deste ano.

A Finlândia e a Rússia partilham uma fronteira terrestre de 1.340 quilómetros. O país nórdico chegou a fazer parte do Império Russo, como grão-ducado autónomo, durante mais de 100 anos, até 6 de dezembro de 1917, quando declarou a independência na sequência da Revolução Russa liderada por Lenine.

A liderança bolchevique reconheceu a independência da Finlândia em 31 de dezembro de 1917.

Antes da Revolução Russa, Lenine esteve exilado na Finlândia em várias ocasiões, vivendo em várias cidades e vilas da parte sul do país. A cidade industrial e universitária de Tempere, no sul da Finlândia, acolhe, inclusivamente, um museu dedicado a Lenine.

O ditador soviético Josef Estaline e Lenine reuniram-se pela primeira vez em Tampere, em 1905, durante um encontro de líderes bolcheviques na cidade.

Comentários
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  • Cidadao
    04 out, 2022 Lisboa 17:54
    Decisão que só peca por tardia. Nem era preciso esperar pela invasão: depois da desagregação da U.R.S.S. e atendendo a que na II Guerra a Finlândia e a URSS estiveram 2 vezes em guerra, não sei que raio de amizade mantinha o busto de Lenine, exibido em público. Derretam-no e usem o metal em qualquer coisa útil

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