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Sindicato quer explicações sobre detenções de jornalistas angolanos

08 out, 2022 - 21:51 • Lusa

O SJA considera que as sucessivas detenções de jornalistas, sem que os responsáveis da Polícia Nacional se demarquem destes atos, "legitima a impressão do Sindicato de existirem ordens expressas para obstruir o exercício dos jornalistas".

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O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) exigiu hoje à Polícia Nacional explicações sobre detenções sucessivas de jornalistas e admite a existência de ordens expressas para obstruir o exercício da profissão, segundo uma nota de imprensa.

O caso mais recente foi o do correspondente da emissora alemã Deutsche Welle (DW), Borralho Ndomba, detido quando fazia a cobertura de um protesto de estudantes em Luanda "e levado para a esquadra debaixo dos assentos do automóvel policial".

Também em agosto, os jornalistas da Voz da América e da Rádio Ecclesia -- respetivamente, Coque Mukuta e Cristóvão Luemba- viram-se retidos e impedidos de realizar as suas atividades, lembra o documento.

"O SJA condena, de modo veemente, o abuso da autoridade dos efetivos da Polícia Nacional, presentes no Cemitério da Santana [local da concentração da marcha], e gostaria de saber se os jornalistas precisam de autorização, à luz da Constituição da República e da Lei de Imprensa, para cobrir quaisquer manifestações", sublinha o comunicado assinado pelo secretário-geral do SJA, Teixeira Cândido.

O SJA considera que as sucessivas detenções de jornalistas, sem que os responsáveis da Polícia Nacional se demarquem destes atos, "legitima a impressão do Sindicato de existirem ordens expressas para obstruir o exercício dos jornalistas".

"O SJA não gostaria de acreditar na tese de que a Polícia Nacional, em Angola, é inimiga da liberdade de imprensa", conclui a nota de imprensa.

O jornalista Borralho Ndomba foi detido quando fazia a cobertura de um protesto contra a imposição de cortes de cabelo nas escolas, bem como 14 estudantes, todos já postos em liberdade.

A Agência Lusa questionou o porta-voz do comando provincial de Luanda e o ministério do Interior sobre o motivo das detenções, sem obter resposta até ao momento.

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