09 out, 2022 - 16:02 • Lusa
A ministra das Relações Externas da Alemanha defende que a União Europeia (UE) deve aplicar um conjunto de sanções ao Irão, perante os recentes casos de repressão, nomeadamente a proibição da entrada de cidadãos e o congelamento dos respetivos bens.
"Vamos garantir que a UE impõe proibições à entrada dos responsáveis pela repressão brutal e congele os seus bens na UE", afirmou Annalena Baerbock, citada pelo jornal Bild.
A governante vincou que aqueles que "espancam mulheres e meninas na rua [...] e as sentenciam até à morte, estão do lado errado da história".
Pelo menos dois membros da Basijis, a milícia paramilitar leal ao regime iraniano, foram mortos em confrontos recentes entre forças de segurança e manifestantes que protestavam contra a morte de Mahsa Amini e pediam liberdade.
Desde que os protestos pela morte de Masha Amini começaram, em 16 de setembro, pelo menos 12 membros das forças de segurança morreram em confrontos com manifestantes, refere a imprensa oficial.
O Irão registou no sábado à noite duros confrontos em várias cidades do país, incluindo Teerão, onde os protestos se espalharam desde o sul do Grande Bazar até a praça Tajrish, no norte.
O Curdistão iraniano, região de origem de Amini, também foi palco de fortes confrontos e pelo menos um civil foi morto a tiro, uma morte que a polícia atribuiu a "forças contrarrevolucionárias".
Masha Amini, de 22 anos, morreu em 16 de setembro depois de sido detida durante três dias pela chamada polícia moral em Teerão, por alegadamente, ter usado o véu islâmico de forma errada.
A sua morte provocou protestos que se têm multiplicado e se transformaram em grandes mobilizações, com mulheres a queimar véus, apesar das fortes repressões das forças de segurança.
Na quinta-feira, legisladores da União Europeia aprovaram uma resolução, através da qual são pedidas sanções contra os responsáveis pela morte de Amini.