11 out, 2022 - 13:00 • Lusa
As forças russas bombardearam esta terça-feira uma infraestrutura energética no oeste da Ucrânia, num novo ataque que deixou 30% da cidade de Lviv sem eletricidade, disseram as autoridades locais.
Segundo a agência noticiosa francesa AFP, o governador da região de Lviv, Maksym Kozytski, disse que se registaram "três explosões em dois locais de infraestruturas na região".
Também o presidente da câmara, Andriy Sadovy, descreveu um "ataque de mísseis a infraestruturas críticas" deixou 30% da cidade sem eletricidade.
Lviv foi uma das áreas atingidas, na segunda-feira, por ataques maciços das tropas russas em várias partes do país, incluindo a capital, Kyiv.
O fornecimento de energia foi cortado na cidade e em toda a região na segunda-feira, mas tinha sido restaurado nesta terça-feira.
Entretanto, segundo a agência espanhola EFE, os Serviços de Emergência do Estado ativaram nesta terça-feira um alerta de ataque aéreo a nível nacional.
"Atenção, ao longo do dia, há uma elevada probabilidade de ataques de mísseis em todo o território ucraniano", avisaram os serviços de emergência na rede social Telegram.
Além das habituais sirenes, os residentes de Kiev foram surpreendidos nesta terça-feira por um novo tipo de alarme sonoro nos telemóveis, que dispara automaticamente.
O alerta foi acompanhado por um texto de aviso sobre a possibilidade de ataques de mísseis, segundo a agência norte-americana AP.
A Força Aérea Ucraniana disse que bombardeiros russos Tu-95 e Tu-160,que operam sobre o Mar Cáspio, lançaram mísseis sobre território pelas 7h00 locais desta terça-feira (5h00 em Lisboa), mas sem dar informações sobre os alvos.
Os bombardeamentos russos de várias cidades na Ucrânia, na segunda-feira, "podem ter violado" as leis da guerra e equivaler a crimes de guerra se "foram intencionalmente visados" alvos civis, considera a ONU.
“Pedimos à Rússia que se contenha perante qualquer escalada” de violência, disse a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Ravina Shamdasani, numa conferência na sede da ONU em Genebra.
A organização considera particularmente inquietante os alvos atingidos – alvos civis – bem como o momento escolhido para bombardear os alvos na Ucrânia, em horas de grande movimento de pessoas nas ruas.
O gabinete de direitos humanos da ONU confirmou que, pelo menos, 12 pessoas foram mortas e mais de uma centena feridas nos bombardeamentos russos de segunda-feira em cidades ucranianas, sublinhando que muitos dos projéteis visaram alvos civis, o que viola o direito internacional. No entanto, as autoridades ucranianas avançaram números mais elevados de vítimas, com 19 mortos e 105 feridos.
Mísseis, foguetes e drones russos caíram sobre a Ucrânia em retaliação pelo ataque, “terrorista”, segundo o Presidente russo, que destruiu parcialmente a ponte que liga a Rússia à Crimeia, anexada em 2014.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).