12 out, 2022 - 08:25 • Lusa
Os serviços de segurança da Rússia (FSB) detiveram oito suspeitos, incluindo cinco russos, de terem participado na organização do ataque com explosivos que destruiu, no sábado, a ponte da Crimeia.
O FSB sublinhou que o "ataque terrorista" foi organizado pelos serviços de informações militares ucranianos, de acordo com um comunicado, citado pelas agências de notícias russas.
Além dos russos, foram detidos três (suspeitos) da Ucrânia e Arménia.
Os explosivos terão sido dissimulados em "rolos de película plástica", enviados em agosto, a partir do porto de Odessa, na Ucrânia, e transitaram pela Bulgária, a Geórgia e a Arménia, antes de entrarem na Rússia, indicou a mesma nota.
Na terça-feira, as autoridades russas aumentaram para quatro o número de mortos no ataque à ponte Kerch, que liga a Rússia à península da Crimeia.
A estrutura, também conhecida por ponte da Crimeia, é considerada uma rota importante de abastecimento logístico para as forças russas na península e no sul da Ucrânia ocupado pela Rússia. A estrutura, com 19 quilómetros de extensão, inclui uma via de transporte ferroviário e uma autoestrada. A rota alternativa à ponte tem uma extensão de 359 quilómetros, dos quais 180 estão a ser reparados pelo Ministério dos Transportes da Rússia.
Um dos objetivos da campanha militar russa na Ucrânia consistiu em garantir um corredor terrestre entre território russo e a península, que depende dos cereais, água e energia elétrica provenientes do sul da Ucrânia.
O camião, que explodiu no final da madrugada de sábado, provocou um incêndio em seis tanques de combustível de um comboio de vagões-cisterna e provocou o colapso de duas secções da parte rodoviária da ponte, além dos 1,3 quilómetros de via-férrea danificados.
A ponte de Kerch foi inaugurada em 2018 pelo Presidente Vladimir Putin. Como retaliação, a Rússia lançou ondas sucessivas de mísseis e bombas sobre mais de uma dúzia de cidades ucranianas. Deste ataque, resultaram, pelo menos, 19 mortos e 105 feridos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.