15 out, 2022 - 10:53
O novo ministro das Finanças britânico reconhece que o plano fiscal apresentado pelo seu antecessor, Kwasi Kwarteng, há três semanas continha "erros" que serão corrigidos numa nova versão que irá anunciar a 31 de outubro.
Jeremy Hunt foi confirmado na sexta-feira como ministro das Finanças do governo britânico, sucedendo a Kwasi Kwarteng, que foi afastado inesperadamente após apenas 38 dias no cargo.
Na sua primeira entrevista ao canal de televisão Sky News, após assumir o cargo, Jeremy Hunt admitiu o erro do Governo em tentar baixar os impostos dos mais ricos em tempos de dificuldades económicas.
"Foi um erro" baixar de 45% para 40% o imposto sobre o rendimento "para os mais ricos quando íamos implantar decisões difíceis sobre impostos e gastos", declarou.
Da mesma forma, anunciou que o Executivo chefiado por Liz Truss vai ter de adotar medidas "duras" para equilibrar as contas, ao pedir a todos os ministérios que apresentem planos de poupança e abdiquem da redução nos cortes fiscais.
"Os gastos não vão subir tanto quanto as pessoas quereriam, vamos ter de fazer mais poupanças. E não vamos ter os cortes de impostos que eu esperava, inclusive alguns [impostos] vão ter que subir. Essa é a realidade da situação que enfrentamos ", acrescentou.
A primeira-ministra, Liz Truss, modificou na sexta-feira o seu plano de manter o imposto sobre as empresas em 19% e recuperou o projeto do anterior Governo de Boris Johnson de o elevar para 25%, após a tempestade financeira desencadeada pelo "mini" Orçamento apresentado pelo seu ex-ministro da Economia Kwasi Kwarteng.
De qualquer forma, Hunt disse que os níveis de austeridade aplicados em 2010, após a eclosão da crise financeira, pelo Governo do primeiro-ministro britânico David Cameron (2010-2016) não voltarão.