17 out, 2022 - 07:06 • Lusa
Pelo menos três explosões foram ouvidas na manhã desta segunda-feira em Kiev, com as autoridades ucranianas a apelar aos residentes que procurem refúgio, exatamente uma semana após uma vaga de ataques russos contra a capital da Ucrânia.
Entretanto, os serviços de emergência ucranianos anunciaram que recuperaram os corpos de quatro pessoas após um ataque russo com ‘drones’ em Kiev, enquanto na região de Sumy morreram mais quatro pessoas com um míssil.
"Durante as operações de resgate em Kiev, as unidades do Serviço de Emergência do Estado resgataram 19 pessoas. Quatro pessoas morreram e três foram hospitalizadas. Os trabalhos continuam", informaram os serviços de emergência em comunicado.
De acordo com a France-Presse, as explosões aconteceram entre as 6h35 e as 6h58, tendo a primeira explosão sido antecedida pelo soar de sirenes de ataque aéreo.
Cerca de uma hora depois, o autarca de Kiev confirmou que várias explosões tinham atingido o bairro de Shevchenkiv, no centro da capital, e pediu aos cidadãos que se mantenham a salvo até que as sirenes de ataque aéreo parem de soar.
"Todos os serviços continuam a funcionar. (...) O alerta continua. Mantenham-se nos abrigos!" escreveu Vitali Klitschko na plataforma Telegram.
Menos de dez minutos depois, o autarca confirmou uma segunda explosão no mesmo bairro de Kiev.
A defesa antiaérea abateu 26 dos 136 drones kamikaze enviados contra a Ucrânia esta madrugada, avançou entretanto a Força Aérea ucraniana.
De acordo com o porta-voz daquele ramo das Forças Armadas, o número exato de drones que tiveram como alvo Kiev ainda está a ser apurado.
Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, o Exército russo lançou 83 mísseis sobre a Ucrânia em 10 de outubro, dois dias depois de uma explosão ter danificado uma ponte russa na Crimeia, uma infraestrutura estratégica e símbolo da anexação desta península ucraniana pela Rússia.
O ataque causou pelo menos 10 mortos e 60 feridos, incluindo cinco vítimas mortais e 51 feridos em Kiev, segundo Vitali Klitschko.
Na sexta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou não prever novos ataques "massivos" na Ucrânia.
"No imediato, não há necessidade de ataques massivos. Atualmente, existem outros objetivos. De momento. Depois veremos", declarou Putin em conferência de imprensa após uma cimeira regional no Cazaquistão, assegurando ainda que não tem por objetivo "destruir a Ucrânia".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.
[Notícia atualizada às 15:20]