17 out, 2022 - 09:58 • Joana Azevedo Viana
Quatro presos morreram e pelo menos 61 sofreram ferimentos na sequência de um enorme incêndio a atingir a prisão de Evin, o centro prisional em Teerão para onde são enviados prisioneiros políticos e dissidentes no Irão.
Fontes dentro da prisão, citadas pela BBC esta segunda-feira, dizem que o número de vítimas no fogo de grandes dimensões deverá ser superior.
Vídeos partilhados online desde a noite de sábado, quando deflagrou o incêndio, mostram uma enorme coluna de fumo e fogo a sair da prisão. Em alguns ouvem-se explosões e trocas de tiros.
O incêndio tem lugar depois de semanas de enormes protestos anti-governamentais no Irão, na sequência da morte de Masha Amini, de 22 anos, às mãos da polícia no mês passado.
As autoridades dizem que Amini morreu de ataque cardíaco; a família disputa essa versão dos acontecimentos, garantindo que a jovem curda foi espancada até à morte para "polícia da moral".
Mais de 100 pessoas já morreram nas manifestações de norte a sul do país.
Não se sabe ainda se o incidente na prisão de Evin está ou não relacionado com as manifestações em massa. Contudo, e de acordo com jornalistas no terreno, centenas de manifestantes dirigiram-se à prisão na sequência das explosões.
A partir de Evin, o governador de Teerão garantiu na televisão estatal que o fogo teve origem na ala da prisão que alberga pequenos criminosos.
De acordo com a Mizan News, quatro dos feridos continuam em estado grave.
Alguns jornalistas nas redes sociais acusam as autoridades iranianas de terem "pegado fogo à prisão intencionalmente", isto porque um dos presos políticos mais proeminentes foi mandado para casa pouco antes de o incêndio deflagrar.
Mehdi Hashemi Rafsanjani, filho do antigo Presidente do Irão, Akbar Hashemi Rafsanjani, foi libertado sob uma "ordem temporária antecipada", adiantou o seu irmão.