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Jornalista foge da Rússia depois de ser posta em prisão domiciliária

17 out, 2022 - 15:30 • Redação com Lusa

Em meados de março deste ano, Ovsiannikova interrompeu o telejornal da noite da estação russa Pervy Canal, onde trabalhava como jornalista, empunhando um cartaz no qual apelava ao fim da invasão da Ucrânia.

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A jornalista russa Marina Ovsiannikova, colocada em prisão domiciliária por ter condenado a invasão da Ucrânia em direto na televisão, fugiu do país com a filha, indicou, esta segunda-feira, o seu advogado.

“Ovsiannikova saiu da Rússia com a sua filha algumas horas depois de ter abandonado o apartamento onde se encontrava em prisão domiciliária”, disse Dmitri Zakhvatov à agência de notícias francesa AFP, precisando que mãe e filha se encontram na Europa.

“Elas estão bem, esperam poder falar publicamente, mas, por enquanto, isso ainda não é certo”, acrescentou.

O anúncio ocorreu duas semanas depois de ter sido emitido pelas autoridades russas um mandado de busca à jornalista de 44 anos, dando a entender estaria em fuga.

Indiciada em agosto por “divulgação de informações falsas” sobre o exército russo – um crime punível com dez anos de prisão –, foi colocada em prisão domiciliária por um tribunal de Moscovo, com a proibição de utilizar qualquer meio de comunicação.

Em meados de março deste ano, alguns dias após o início da ofensiva russa na Ucrânia, Ovsiannikova interrompeu o telejornal da noite da estação russa Pervy Canal, na qual era jornalista há quase 20 anos, empunhando em direto um cartaz no qual apelava ao fim dos combates e instava os cidadãos russos a “não acreditarem na propaganda” da imprensa oficial russa.

O ato valeu-lhe a detenção por um breve período e uma condenação ao pagamento de uma multa. Em seguida, abandonou o país para trabalhar para o jornal alemão Die Welt.

Em julho, regressou à Rússia para tentar manter a guarda dos seus dois filhos menores, que o ex-marido, ainda residente na Rússia, estava a tentar retirar-lhe.

Apesar dos riscos, continuou a criticar a partir de Moscovo o poder russo e a invasão da Ucrânia, antes de ser novamente detida e formalmente acusada de “divulgação de informações falsas” sobre o exército.

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