18 out, 2022 - 14:37 • Lusa
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje a Rússia de ter destruído quase um terço das centrais elétricas da Ucrânia em pouco mais de uma semana, o que está a provocar grande falhas de corrente no país.
"Desde 10 de outubro, 30% das centrais elétricas ucranianas foram destruídas, provocando apagões em todo o país" numa altura em que já se aproxima o inverno, disse Zelensky na rede social Twitter, reiterando que se recusa a negociar com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
A capital ucraniana, Kiev, e outras regiões da Ucrânia estavam esta manhã sem eletricidade e seu água, após ataques de 'drones' e mísseis russos sobre infraestruturas essenciais, pelo segundo dia consecutivo, anunciaram as autoridades locais.
A operadora DTEK afirmou que os habitantes da margem ocidental de Kiev estavam sem eletricidade e sem água e garantiu que "os engenheiros estão a fazer todos os esforços necessários para restabelecer o fornecimento".
O presidente da Câmara da capital ucraniana, Vitali Klitshcko, afirmou hoje que foi encontrado mais um cadáver soterrado em consequência dos ataques à cidade de segunda-feira, elevando para cinco o número de vítimas mortais em Kiev.
Zhytomyr, 140 quilómetros a oeste de Kiev, ficou hoje sem luz e sem água após os impactos de dois mísseis numa central elétrica, afirmou o presidente da câmara daquela cidade, onde funcionam várias bases militares.
Guerra na Ucrânia
Ataques desta manhã têm lugar um dia depois de rus(...)
Mísseis russos também provocaram grandes estragos na infraestrutura elétrica da cidade de Dnipro, no sul do país.
A Ucrânia acusou Moscovo de usar aparelhos voadores não tripulados - 'drones' - de fabrico iraniano nos ataques às infraestruturas elétricas e de abastecimento de água, mas o Kremlin afirmou hoje desconhecer o uso de tais armas.
"Não temos essa informação. Foi usada tecnologia russa, com nomes russos", afirmou aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, remetendo para o Ministério da Defesa russo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.