24 out, 2022 - 06:50 • Lusa
A Coreia do Norte e a Coreia do Sul trocaram, esta segunda-feira, tiros de advertência e acusações de violação da fronteira marítima, num novo episódio num contexto de crescente tensão nas últimas semanas.
Num primeiro momento, um navio mercante norte-coreano ultrapassou esta madrugada a fronteira marítima perto da ilha de Baengnyeong, recuando depois de a marinha sul-coreana ter disparado tiros de aviso, disse Seul.
"As contínuas provocações e reivindicações imprudentes do Norte minam a paz e a estabilidade da península coreana e da comunidade internacional", disseram os chefes de Estado-Maior Conjunto, exortando Pyongyang a acabar com essas ações.
Já os militares de Pyongyang disseram que um navio militar sul-coreano violou a fronteira minutos depois e que o exército norte-coreano (KPA) disparou dez tiros de aviso, a partir da costa ocidental.
"As unidades de defesa da costa ocidental da KPA tomaram uma contramedida inicial para repelir poderosamente o navio de guerra inimigo", disse um porta-voz em comunicado.
"Mais uma vez emitimos um aviso severo aos inimigos, na sequência das provocações marítimas, além do fogo de artilharia e da transmissão de mensagens transfronteiriças através de altifalantes", acrescentou.
A "zona tampão" marítima foi estabelecida num acordo de 2018, concebido para evitar tensões entre os dois países. Mas estas intensificaram-se nas últimas semanas, com Pyongyang a efetuar vários lançamentos de mísseis e disparos de artilharia nas águas das costas leste e oeste, visando esta fronteira, o que é considerado como uma provocação pela Coreia do Sul e pelo Japão.
A Coreia do Norte também aumentou recentemente os testes de armas descritos como ataques "nucleares táticos" simulados contra alvos na Coreia do Sul.
Seul e Washington disseram esperar que Pyongyang, que acredita estar ameaçada pelas manobras militares norte-americanas, sul-coreanas e japonesas na região, retome em breve os testes nucleares.
As tensões têm vindo a aumentar na península coreana desde o início do ano. No mês passado, a Coreia do Norte também declarou o seu estatuto nuclear "irreversível", fechando definitivamente a porta às negociações de desarmamento, e avisou que avançaria para ataques preventivos se fosse ameaçada.