26 out, 2022 - 19:59 • Teresa Paula Costa
O Kremlin anunciou nesta quarta-feira que mísseis balísticos e de cruzeiro foram lançados do Ártico para o Extremo Oriente da Rússia. O teste, o primeiro desde o início da guerra na Ucrânia, foi supervisionado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
Segundo avança a BBC News, os Estados Unidos foram informados sobre o treino no âmbito do tratado de armas New Start.
Os lançamentos ocorreram numa altura em que a Rússia alega que a Ucrânia está a planear usar uma "bomba suja"- um engenho explosivo misturado com material radioativo - alegações que foram consideradas falsas pelos países ocidentais.
Entretanto, Kiev alertou que as alegações indicam que Moscovo pode estar a preparar um ataque desse tipo, já que a última simulação nuclear russa ocorreu cinco dias antes da invasão da Ucrânia.
A BBC News avança também que a NATO - Organização do Tratado do Atlântico Norte - está igualmente a realizar o exercício nuclear “Steadfast Noon”, no noroeste da Europa. Uma operação que envolve 14 países e que se prolonga até domingo, com voos sobre a Bélgica, o Reino Unido e o Mar do Norte.
O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, foi à televisão russa dizer que o objetivo da simulação era "um ataque nuclear maciço das forças nucleares estratégicas em retaliação ao ataque nuclear do inimigo".
Segundo o Kremlin, foi lançado do cosmódromo de Plesetsk, a cerca de 800 quilómetros a norte de Moscovo, um míssil balístico intercontinental Yars, e um míssil balístico Sineva foi disparado do Mar de Barents até ao local de testes de Kura, na província de Kamchatka, no Extremo Oriente da Rússia, tendo ambos atingido o alvo.
O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, disse que "é um momento perigoso (na guerra) porque o exército russo foi empurrado para um canto, e a reação de Putin – a ameaçar usar armas nucleares - é muito mau".