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Esquadras ilegais no estrangeiro? China nega e fala em "centros de serviços para chineses"

27 out, 2022 - 06:50 • Lusa

Investigação da Safeguard Defenders acusou Pequim de manter meia centena de "centros de serviço policial" em vários países, que terão persuadido 230.000 alegados fugitivos a regressar à China.

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A China rejeitou acusações, feitas por uma organização não-governamental (ONG), de que terá criado meia centena de "centros de serviço policial" em vários países para controlar dissidentes, incluindo em Portugal.

Numa conferência de imprensa na quarta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês explicou que as estruturas "são, na verdade, centros de serviços para chineses no estrangeiro".

Os centros servem para apoiar "um elevado número de cidadãos chineses" que não conseguem regressar à China devido à pandemia de Covid-19, por exemplo, na renovação de cartas de condução chinesas, disse Wang Wenbin.

O porta-voz acrescentou que as autoridades chinesas estão "totalmente comprometidas com o combate aos crimes transnacionais de acordo com a lei, observando de forma rigorosa a lei internacional e respeitando plenamente a soberania judicial de outros países".

Wang tinha sido questionado sobre uma investigação, anunciada horas antes pelo Governo dos Países Baixos, sobre a alegada criação de duas esquadras de polícia ilegais chinesas em Amesterdão e em Roterdão.

De acordo com notícias dos média neerlandeses, as duas alegadas "esquadras chinesas" afirmam oferecer assistência diplomática a cidadãos da China, mas não foram registadas no Governo dos Países Baixos.

Num relatório divulgado em setembro, a ONG Safeguard Defenders acusou Pequim de manter meia centena de "centros de serviço policial" em vários países, que terão persuadido 230.000 alegados fugitivos a regressar à China entre abril de 2021 e julho de 2022.

Três dessas "esquadras ilegais" funcionarão em Portugal, segundo a ONG, com sede em Madrid. O relatório da Safeguard Defenders foi divulgado pelo líder da Iniciativa Liberal (IL), no final de setembro, durante um debate na Assembleia da República.

Na altura, Cotrim Figueiredo questionou o primeiro-ministro se sabia da existência de tais estruturas da polícia chinesa em Portugal, tendo António Costa respondido que desconhecia e sugerido ao líder da IL que informasse a Procuradoria-Geral da República (PGR).


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