28 out, 2022 - 10:31 • Olímpia Mairos
Os subsídios que vão ser pagos aos ex-ministros de Liz Truss, que se demitiu do cargo ao fim de 49 dias como primeira-ministra, estão a motivar polémica no Reino Unido.
O Governo foi o mais curto de sempre do Reino Unido, agravou a crise financeira no país, mas promete custar ainda mais aos cofres britânicos isto porque cada ex-governante tem direito a três meses extra de salário, cerca de 20 mil euros.
O caso mais caricato é o do ex-ministro Brandon Lewis, que já tinha sido do Governo de Boris Johnson e que por isso terá direito a duas indemnizações.
Há também o caso de cinco membros do anterior Governo que voltaram a ser nomeados pelo novo primeiro-ministro, Rishi Sunak, e que por lei terão também direito aos subsídios, cerca de 20 mil euros cada, apesar de continuarem no ativo. São os casos de Grant Shapps, Dominic Raab, Steve Barclay e Johnny Mercer.
A porta-voz do Gabinete dos Liberais Democratas, Christine Jardine, já veio dizer que “é ultrajante” que os ministros conservadores “arrecadem milhares de libras, só porque ficaram desempregados algumas semanas”.
“Durante uma crise, com o custo de vida e a especulação sobre cortes em serviços públicos vitais, esses deputados conservadores devem pensar muito se esses pagamentos são apropriados”, disse, lembrando que “milhões de pessoas que estão a lutar para sobreviver não têm o mesmo luxo”.
“Isso não será perdoado pelo público britânico”, remata.
Já Liz Truss tem direito a receber um subsídio de até 130 mil euros por ano, mas pode recusar a pensão vitalícia, ou mesmo perdê-la caso decida ocupar um cargo governamental nas próximas seis semanas.
Várias vozes têm vindo a público pedir para que a ex-primeira-ministra não aceite a pensão vitalícia. O líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, indicou que era a “coisa certa a fazer”, uma vez que Liz Truss esteve menos de seis semanas no cargo.
O Subsídio de Custos de Serviços Públicos (PDCA) é um programa do Governo britânico que foi introduzido em 1990 de maneira a “ajudar ex-primeiros-ministros ainda ativos na vida pública”.
Apesar de ter estado no nº10 de Downing Street dur(...)