03 nov, 2022 - 00:22 • Lusa
O Ministério da Defesa da Ucrânia estimou esta quarta-feira pelo menos 7.000 cidadãos desaparecidos em todo o território nacional devido à guerra.
A vice-ministra da Defesa ucraniana, Anna Malyar, reconheceu, ainda assim, ser "impossível determinar números exatos".
"Os comandantes, que devem facultar todos os dados sobre os mortos e desaparecidos, participam ativamente nas operações de combate. E essa informação, por um lado, às vezes é transmitida tardiamente e, por outro, às vezes é fisicamente impossível determinar com precisão", destacou.
No entanto, o Centro Nacional de Resistência - uma agência governamental criada por Kiev em março - elevou o número de menores ucranianos deportados à força para a Rússia para 10.000.
"São levados para 'reabilitação' para campos infantis na Rússia (...). Esta posição é necessária para que o Kremlin obrigue os pais a abandonar as suas casas para procurarem os filhos", segundo o Centro Nacional de Resistência.
Também o Ministério do Interior ucraniano aumentou para 23 o número de câmaras de tortura descobertas na região de Kharkiv (nordeste).
De acordo com o ministro do Interior ucraniano, Denis Monastirski, das 23 câmaras de tortura localizadas em Kharkiv, oito encontram-se na cidade de Kupiansk. Uma outra câmara foi descoberta em Donetsk.
Além do elevado número de câmaras localizadas em Kharkiv, o governante também se mostrou espantado por uma delas estar localizada numa esquadra, em Balaklia.
"Segundo testemunhas, centenas de pessoas passaram por esta câmara de tortura", lamentou Monastirski, detalhando que as tropas russas usaram choques elétricos, agressões e outros tipos de abuso.
O ministro adiantou que Kiev está a investigar os crimes cometidos nas câmaras de tortura.
Monastirski confirmou que a polícia tem milhares de horas de conversas gravadas, nas quais as tropas russas admitem os seus crimes.