03 nov, 2022 - 12:54 • Reuters
O ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan foi esta quinta-feira alvejado na canela quando um comício antigovernamental foi atacado numa cidade do leste do país, no que os seus assessores dizem ter sido uma clara tentativa de assassinato.
Várias outras pessoas ficaram feridas no ataque, com o ministro da Informação a avançar entretanto que um suspeito foi detido. Um membro do Movimento Paquistanês pela Justiça (PTI, na sigla inglesa), o partido de Khan, diz que uma pessoa morreu, mas essa informação ainda não foi oficialmente confirmada.
"Esta foi uma clara tentativa de assassinato. Khan foi atingido e perdeu muito sangue, mas encontra-se estável", indicou à Reuters Fawad Chaudhry, porta-voz do PTI, deixando a garantia:
"Se o atirador não tivesse sido travado pelos presentes, toda a liderança do PTI teria sido eliminada."
Os media locais partilharam fotos de Khan a acenar à multidão em Wazirabad, a cerca de 200 quilómetros da capital paquistanesa, Islamabade, antes de ter sido levado do local do tiroteio para o hospital de Lahore.
O Paquistão tem um longo historial de violência política. A antiga primeira-ministra Benazir Bhutto foi assassinado em dezembro de 2007 num tiroteio e ataque bombista simultâneo durante um comício eleitoral em Rawalpindi.
Foi nessa mesma cidade que o seu pai e também antigo primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto foi enforcado em 1979 após ter sido deposto num golpe militar.
Khan, ex-jogador de críquete tornado político, atualmente com 70 anos, estava a liderar uma marcha de protesto exigindo eleições antecipadas quando se deu o ataque. Centenas de pessoas estavam a participar na marcha.
À Geo TV, em declarações a partir do hospital para onde foi transportado após ficar ferido no ataque, Faisal Javed, também do PTI, adiantou que "vários colegas ficaram feridos e ouvimos que um deles está morto".
O atual primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, já condenou publicamente o tiroteio, ordenando que seja aberta uma investigação de imediato.
Desde que foi deposto em abril através de uma moção de censura no Parlamento, Khan tem organizado inúmeros destes protestos um pouco por todo o país, alimentando a oposição a um Governo que continua a tentar tirar o Paquistão da crise económica em que a administração Khan o deixou.
O ex-primeiro-ministro pretendia liderar a marcha de protesto até Islamabade, para angariar mais apoios antes de chegar à capital.
"Quero que todos vocês participem. Isto não é pela política nem por ganhos pessoais, ou para derrubar o Governo... É para trazer liberdade genuína ao país", disse Khan numa mensagem vídeo divulgada ontem, na véspera da marcha.