05 nov, 2022 - 14:50 • Lusa
O secretário-geral das Nações Unidas alertou este sábado para a necessidade urgente de um acordo climático entre os países ricos e os que estão em desenvolvimento, caso contrário a população mundial estará "condenada".
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, publicada poucas horas antes da COP27 que decorrerá a partir de domingo na cidade egípcia de Sharm el Sheikh, António Guterres lembrou o compromisso não cumprido, assumido há 10 anos pelos países desenvolvidos, de dar às nações mais pobres do mundo um total de 100.000 milhões de euros, até 2020, no âmbito da ajuda à proteção climática.
"Não há como evitar uma catástrofe se ambos não chegarem a um acordo neste sentido", declarou o secretário-geral da ONU. "Neste momento, estamos todos condenados", alertou.
Guterres afirmou que o mundo está a aproximar-se de uma crise climática "irreversível" e de "danos dos quais não será capaz de recuperar".
"Precisamos de mais urgência, mais ambição e reconstruir a confiança entre o norte e o sul do planeta", acrescentou.
O responsável vincou que "metade da humanidade está na zona de perigo de enchentes, secas, tempestades extremas e incêndios florestais".
"Nenhuma nação está imune. No entanto, continuamos a alimentar o nosso vício em combustíveis fósseis. Perante isto, temos uma de duas opções: ou a ação coletiva, ou o suicídio coletivo", afirmou.