12 nov, 2022 - 22:35 • Lusa
Os postos de combustível do Haiti abriam, este sábado, após dois meses de bloqueio por parte de gangues, medida saudada pela população com buzinões e palavras de ordem.
Segundo a Associated Press (AP), depois de dois meses de um bloqueio que paralisou o país, ocorreu uma corrida aos postos de combustível, com populares a considerarem este como "o dia em que a vida recomeça".
O bloqueio prolongava-se desde meados de setembro, quando a federação de gangues conhecida como G9 assumiu o controlo do terminal de Varreux, deixando o país paralisado e milhões de pessoas temporariamente sem trabalho.
A medida -- que visava a destituição do primeiro-ministro, Ariel Henry, após este ter anunciado um aumento nos preços dos combustíveis -- forçou postos a fechar, hospitais a reduzir serviços críticos e empresas, incluindo bancos e supermercados, a limitar horários.
O bloqueio agravou também um surto de cólera que matou dezenas de pessoas devido à impossibilidade de as empresas distribuírem água potável.
No início desta semana, depois de o G9 ter anunciado o levantamento do bloqueio, na sequência de confrontos com a polícia que tentava recuperar o controlo da área, cerca de 400 camiões fizeram fila para abastecer no terminal de Varreux, de onde saíram escoltados por um comboio policial para postos de combustível na capital e outros pontos do país.
De acordo com a AP, os camiões distribuíram milhões de litros de gasóleo e de gasolina, pelos quais muitas pessoas esperam hoje "em filas sob um sol forte", temendo que os combustíveis pudessem esgotar.
As autoridades daquele país anunciaram que a primeira remessa de combustível foi para abastecer principalmente fábricas, hospitais e instituições públicas e, na terça-feira, o Ministério do Comércio e Indústria haitiano informou, em comunicado, que os dias 9 a 11 seriam dedicados ao abastecimento dos postos de combustível.