12 nov, 2022 - 16:26 • Pedro Mesquita , Inês Braga Sampaio
A libertação de Kherson das tropas russas desencadeou a euforia em toda a Ucrânia, assim como em várias partes do mundo onde se refugiam ucranianos. Na casa de Nataliya, que vive em Portugal, também houve festa.
Em entrevista à Renascença, Nataliya conta que, quando viu a notícia sobre a libertação de Kherson, ficou "muito feliz" e "só não podia saltar e gritar porque estava na hora de trabalho". Ainda assim, sublinha que a guerra ainda não acabou e que ainda há o receio de eventuais bombardeamentos.
"Apesar de tanta alegria, somos realistas e, se até agora kherson não foi bombardeado, porque foi ocupado, agora temos este medo. O perigo existe e o inimigo ainda está na nossa terra. Mas vamos acreditar nas nossas forças armadas e no nosso povo. Acreditamos na vitória e vamos vencer, porque somos fortes e o mundo inteiro está connosco", declara.
Nataliya conta à Renascença que a sua grande preocupação, agora, é chegar à fala com familiares e amigos que ainda estão em zonas do distrito de Kherson ainda ocupadas pelos soldados russos.
"Tenho amigos e familiares em Kherson, mas alguns ainda estão na zona ocupada. Estamos muito preocupados com eles todos. Eles encontram-se numa situação muito instável e nós não temos contacto com eles desde dia 7 [de novembro], porque os ocupantes destruíram todos os tipos de comunicações. Os meus pais foram forçados a sair de casa e, agora, estão na zona no território da Ucrânia. Mas a minha casa onde eu nasci cresci está na zona ocupada", explica.
Nataliya deseja regressar à casa de infância, que atualmente está em zona ocupada pelas tropas de Putin:
"Um dos meus sonhos, neste momento, é ter possibilidade de voltar e ver a minha casa. Claro que agora, com esta vitória, esperamos que tudo vá voltar à vida normal."
A guerra na Ucrânia, em curso há quase nove meses, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945). Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será elevado