12 nov, 2022 - 11:42 • Lusa
O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, descreveu este sábado a retirada das tropas russas da cidade ucraniana de Kherson como "outro fracasso estratégico" para Moscovo, e reiterou o apoio do Reino Unido à Ucrânia.
"A anunciada retirada da Rússia de Kherson marca outro fracasso estratégico para eles. Em fevereiro, a Rússia não conseguiu alcançar nenhum dos seus principais objetivos, exceto Kherson", disse Wallace, num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
As tropas ucranianas entraram na cidade de Kherson na sexta-feira, depois de as forças russas se terem retirado para a margem sul do Rio Dniepre, a outra metade da região da Ucrânia que Moscovo ocupou nos primeiros dias da guerra.
"Os militares russos sofreram uma enorme perda de vidas como resultado da sua invasão ilegal e só conseguiram o isolamento e a humilhação internacional", disse o ministro da Defesa britânico.
Wallace reafirmou o apoio do Reino Unido à Ucrânia, mas advertiu que ninguém deve subestimar a "ameaça contínua" que disse que a Federação Russa representa.
Kherson é uma das quatro regiões anexadas pela Rússia desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, juntamente com Zaporijia (sudeste), Donetsk e Lugansk (leste).
A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia (sul) em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional consideraram as anexações ilegais.
Com armamento fornecido pelos seus aliados ocidentais, a Ucrânia lançou uma contraofensiva no sul e no leste nos últimos dois meses, que lhe permitiu reconquistar algum do território que estava sob domínio russo.
A reconquista de Kherson ocorreu poucas semanas depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter ordenado a mobilização de 300.000 reservistas para reforçar as linhas da frente na Ucrânia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse hoje que, após a reconquista de Kherson, a vitória contra os invasores russos é apenas "uma questão de tempo".
A guerra na Ucrânia, em curso há quase nove meses, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será elevado.