15 nov, 2022 - 05:40 • Marisa Gonçalves
“Este é o momento em que a guerra destrutiva russa deve e pode ser interrompida”. Estas foram palavras do Presidente da Ucrânia aos líderes reunidos na cimeira do G20, numa comunicação feita por videoconferência, esta terça-feira.
No seu discurso, Volodymyr Zelensky disse que a Rússia deve “reafirmar a integridade territorial da Ucrânia, retirar as suas tropas e pagar uma indemnização pelos danos causados”.
Na mesma intervenção, o presidente ucraniano acrescentou que “não pode haver desculpas para a chantagem nuclear” e defendeu a libertação de todos os prisioneiros.
“Devemos unir-nos pelo único modelo possível de libertação de prisioneiros, todos por todos”, declarou perante os participantes na cimeira. Segundo o líder, essa troca deve incluir também os civis que partiram para a Rússia.
Na sequência deste discurso, o Presidente ucraniano fez uma publicação através do seu canal de Telegram onde escreve que a Ucrânia “não permitirá que a Rússia aumente as suas forças e comece uma nova onda de terror e desestabilização global”. Sustenta ainda que “não haverá Minsk-3 que a Rússia volte a violar após um acordo”.
Elenca também alguns pressupostos para encetar um plano de paz onde inclui, por exemplo, garantias sobre segurança nuclear, alimentar ou energética e também exige a libertação de todos os prisioneiros e o fim das hostilidades.
Os líderes da França e da China estiveram reunidos(...)
Esta manhã, o presidente chinês, Xi Jinping, pediu ao G20 para se “opor firmemente à politização e instrumentalização dos problemas alimentares e energéticos”, decorrentes da guerra na Ucrânia.
Antes, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ao presidente chinês que convença Putin a voltar à mesa de negociações para pôr termo ao conflito.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, é a grande ausência do maior encontro de líderes mundiais desde o início da pandemia de covid-19.
Esta é a primeira cimeira do G20 desde que começou a guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, e a falta de consenso entre os participantes poderá refletir-se na declaração final conjunta, como aconteceu na cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), realizada no domingo, em Phnom Penh, capital do Camboja.