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Política "Covid Zero". China enfrenta revolta e protestos violentos contra restrições

15 nov, 2022 - 12:26 • Joana Azevedo Viana com agências

Na noite de ontem para hoje, milhares de pessoas saíram à rua em Guangzhou contra as medidas de combate à Covid, num raro ato de desafio em massa.

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Política "Covid Zero". Protestos violentos contra restrições na China
Política "Covid Zero". Protestos violentos contra restrições na China

Uma multidão de residentes da metrópole industrial de Guangzhou, no sul da China, revoltaram-se na madrugada desta terça-feira contra as restrições impostas pelas autoridades para controlar a propagação da Covid-19, com violentos protestos a marcarem a última noite.

Imagens dramáticas mostram alguns manifestantes a virar um carro da polícia a braços e a derrubarem barreiras físicas criadas pela polícia para controlar a circulação de transeuntes. Equipas da polícia de choque foram de imediato enviadas para a área dos protestos, que se seguem ao pior surto de Covid em Guangzhou desde o início da pandemia há mais de dois anos.

As tensões estão particularmente elevadas no distrito de Haizhu, cujos residentes estão sob ordem para não saírem de casa. A zona é habitadada sobretudo por trabalhadores itinerantes pobres, que há várias semanas se queixam de não estarem a receber salário porque não podem ir trabalhar. Junta-se a essas restrições o aumento dos preços de bens e serviços essenciais.

Na noite de ontem para hoje, milhares de pessoas saíram à rua contra as medidas de combate à Covid, num raro ato de desafio em massa, depois de várias noites de tentativas de protesto.

A BBC destaca que para esta mobilização contribuíram também rumores e notícias falsas disseminados na internet, entre eles que algumas empresas de testes à Covid estão a falsear os resultados dos PCR para aumentar o número de infeções e assim fazerem mais dinheiro.

No norte da China, esta dinâmica de desinformação está também a fazer aumentar a pressão sobre as autoridades. Veja-se o caso da província de Hebei, onde foi anunciado esta semana o fim da testagem em massa na cidade de Shijiazhuang. Esta decisão levou muitos a especularem que a população vai ser usada como cobaia para monitorizar o que aocntece quando se permite que o SARS-CoV-2 se propague indiscriminadamente.

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