16 nov, 2022 - 02:24 • Marisa Gonçalves com agências
Donald Trump tinha prometido um "grande anúncio" para a noite de terça-feira e foi perante apoiantes em Mar-a-Lago, na Florida, que declarou ser candidato às próximas eleições presidenciais norte-americanas.
"Para tornar a América grande e gloriosa novamente, esta noite estou a anunciar a minha candidatura à Presidência dos Estados Unidos. Até ao dia da eleição, em 2024 lutarei como alguém jamais lutou antes", declarou.
O ex-Presidente diz que avança para "derrotar os democratas da esquerda radical que estão a tentar destruir o país por dentro.
No seu discurso lembrou que no seu mandato, os Estados Unidos viviam uma “época dourada” e estavam “a prosperar como nunca” e assume como uma das suas grandes prioridades o combate à inflação.
Aplaudido por uma multidão de apoiantes, na sua mansão em Mar-a-Lago, denunciou que o país “está mergulhado na violência e na criminalidade, onde os preços altíssimos estrangulam os lares americanos, onde milhões de imigrantes ilegais cruzam a fronteira com o México. Joe Biden personifica os fracassos da esquerda e da corrupção de Washington”, acusou.
No seu discurso de mais de uma hora, disse ainda que “Biden está a levar-nos à beira de uma guerra nuclear", referindo-se ao apoio dos Estados Unidos à Ucrânia.
Aludindo ainda aos processos mediáticos em que está envolvido, nomeadamente a investigação que decorre sobre a alegada posse de documentos confidenciais na sua residência em Mar-a-lago, Trump considerou-se uma “vítima” de uma “provocação do sistema judicial”, no país.
O ex-Presidente norte-americano é o primeiro a dar o passo em frente ao tornar pública a sua terceira recandidatura à Casa Branca, apesar de vários destacados membros do seu partido terem desafiado o ex-Presidente a esperar pelos resultados das eleições de meio de mandato, nomeadamente pela segunda volta para o Senado, a dia 06 de dezembro, na Geórgia.
Nas eleições intercalares, os republicanos obtiveram resultados aquém do esperado. O Senado mantém-se no controlo dos democratas, embora as projeções da imprensa norte-americana indiquem que o Partido Republicano de Trump deve conseguir a maioria na Câmara dos Representantes.
Numa reação ao anúncio de recandidatura do seu antecessor na Casa Branca, o Presidente norte-americano, Joe Biden, recorreu ao Twitter para escrever que Donald Trump "falhou aos Estados Unidos".
A mensagem publicada a partir da ilha indonésia de Bali, onde se encontra a participar na cimeira do G20, vem acompanhada de um vídeo dedicado ao mandato do ex-líder onde se lê que Trump trouxe para a América o pior registo de empregos desde a Grande Depressão.
Também o presidente do Comité Nacional Democrata, Jaime Harrison, disse em comunicado que Trump foi um fracasso enquanto presidente e que, por isso, perdeu as eleições em 2020. “Vai perder de novo”, notou.
“Os democratas estão prontos para lembrar os americanos o que Trump trouxe para a América: o pior registo de empregos desde a Grande Depressão, mil milhões em impostos para os mais ricos e corporações”, acrescentou.