19 nov, 2022 - 12:18
O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, nomeou na sexta-feira um procurador especial para supervisionar as investigações que recaem sobre o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que esta semana anunciou a sua candidatura nas eleições de 2024.
O escolhido para liderar as investigações é Jack Smith, um especialista em crimes de guerra. Trabalhou como procurador baseado em Haia, no Tribunal Especial para o Kosovo.
"Dados os acontecimentos recentes, incluindo o anúncio da candidatura do ex-presidente às próximas eleições presidenciais e a intenção do atual Presidente concorrer, decidi que é do interesse público nomear um procurador especial", disse Merrick Garland em conferência de imprensa.
O Departamento de Justiça descreveu Smith como um "independente registado", num esforço para neutralizar qualquer ataque de influência política.
O ex-vice-presidente, que estava no Capitólio a su(...)
Jack Smith destacou, por sua vez, que pretende conduzir as investigações "de forma independente e nas melhores tradições do Departamento de Justiça".
"Irei proceder a um julgamento independente e levarei as investigações adiante de forma rápida e completa para qualquer resultado que os factos e a lei determinem", assegurou Smith, citado num comunicado divulgado pelo Departamento de Justiça.
As investigações recaem sobre a presença de documentos confidenciais na residência do magnata Republicano na Florida, mas este procurador especial irá também supervisionar os principais aspetos de uma investigação separada que envolve a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e os esforços de Trump para anular os resultados das presidenciais de 2020.
Donald Trump considera que a nomeação de um procurador especial, para liderar as investigações sobre si, é "política", enquanto o atual chefe de Estado, Joe Biden, divulgou que não foi envolvido na decisão.
A declaração publicada esta quinta-feira pelo FBI (...)
Em declarações à Fox, o magnata Republicano considerou esta nomeação "injusta" e "política".
Para Trump, esta é "a pior politização da justiça" da história norte-americana, adiantando que não participará das investigações.
"É uma vergonha, estão fazendo isto só porque estou a liderar as sondagens", acrescentou o ex-presidente, incentivando também os Republicanos a "levantarem-se e lutarem".
Por outro lado, a porta-voz da Casa Banca, Karine Jean-Pierre, destacou que o atual chefe de Estado norte-americano Joe Biden não foi avisado com antecedência da nomeação de um procurador especial para liderar as investigações que atingem o ex-presidente.
"O Departamento de Justiça toma decisões sobre as suas investigações criminais de forma independente. Não fomos avisados com antecedência", destacou, em declarações aos jornalistas, assegurando que o Presidente norte-americano não esteve "envolvido" na decisão.