29 nov, 2022 - 09:35 • Olímpia Mairos , com agências
Com o reforço da polícia nas ruas, os protestos contra as medidas restritivas chinesas, com vista a conter a Covid-19, têm vindo a perder força.
Naquele país todas as pessoas que testem positivo têm de cumprir um confinamento mínimo de oito dias e se não tiverem condições em casa, são levados para instalações do Estado. Quando surgem casos, mesmo que assintomáticos, são realizados testes em massa, decretado o isolamento das áreas onde o caso surgiu. Escolas, lojas, seja o que for, são obrigadas a fechar até que não haja qualquer caso ativo.
Os chineses parecem ter atingido a saturação com a chamada política de "Covid-zero" e tem saído à rua em protesto. Alegam que está a ter até efeitos na economia do país: o crescimento económico está a ser inferior ao previsto e o desemprego tem vindo a crescer - duas situações provocadas pelo fecho intermitente de fábricas devido à tentativa de conter a infeção.
Centenas de moradores em Pequim saíram à rua, rompendo as medidas de prevenção epidémica vigentes, a que estavam sujeitos, enquanto manifestações se alastraram por várias cidades chinesas contra a imposição de medidas de confinamento.
Em alguns casos, os manifestantes pediram a demissão do líder chinês, Xi Jinping, e deixaram críticas ao Partido Comunista da China.
As forças de segurança têm contido diversos protestos em várias cidades e segundo o jornal Global Times, que pertence ao Partido Comunista Chinês, apesar de o Governo reiterar que a política "Covid-zero" é para manter, as autoridades dão pequenos sinais de abertura.
“Várias cidades chinesas, incluindo Pequim, Cantão, Chongqing e Zhengzhou, otimizaram ainda mais as suas medidas anti-Covid, com alguns locais que permitem aos residentes sem atividades sociais ficarem livres de testes em massa”, escreve o jornal.
As autoridades distritais de Yuexiu e Liwan anunciaram que os idosos que ficaram em casa, os alunos que têm aulas online diárias, os funcionários que trabalham em casa e outras pessoas sem atividades comunitárias não precisam de participar no rastreio se não precisarem de sair à rua. O objetivo é reduzir os riscos de infeção e economizar recursos.
Um médico especialista, que acompanha de perto as questões de saúde pública, disse ao jornal que “foi a primeira vez que vi um anúncio deste tipo de que as pessoas sem atividades comunitárias não precisam participar em testes em massa, o que, do ponto de vista epidemiológico, é uma abordagem muito científica, que outras regiões podem adotar”.
Na cidade Chongqing, os residentes que vivem comunidades sem casos positivos nos últimos cinco dias não precisam de participar na mais recente ronda de testes generalizados. Já a cidade de Zhengzhou, onde fica a maior fábrica de iPhones do mundo, suspendeu o rastreio obrigatório nas áreas consideradas de baixo risco.
A China anunciou esta terça-feira a intensificação da campanha de vacinação contra o vírus SARS CoV-2 junto de pessoas com mais de 80 anos.
A Comissão Nacional da Saúde comprometeu-se transmitindo um aviso que indica “o incremento de campanhas de vacinação a pessoas com mais de 80 anos” acrescentando que vai também aumentar a inoculação da população entre os 60 e os 79 anos de idade.
O anúncio das autoridades sanitárias da República Popular da China ocorre numa altura em que se regista contestação ao regime por causa das medidas de confinamento adotadas por Pequim.
No fim de semana, centenas de moradores em Pequim saíram à rua, rompendo as medidas de prevenção epidémica vigentes, a que estavam sujeitos, enquanto manifestações se alastraram por várias cidades chinesas contra a imposição de medidas de confinamento.
O que está na origem da onda de protestos? Os núme(...)