14 dez, 2022 - 19:59 • Rosário Silva
A violação dos direitos das jovens e mulheres e as proibições impostas à liberdade de expressão visíveis nos protestos recentes, levaram a Organização das Nações Unidas (ONU) a expulsar do Irão da sua Comissão sobre o Estatuto da Mulher.
A medida foi proposta pelos Estados Unidos da América EUA) e a decisão conhecida esta quarta-feira, obteve 29 votos favoráveis, oito contra e 16 abstenções.
Os membros do Conselho Económico e Social das Nações Unidas adotaram uma resolução redigida pelos EUA para "retirar, com efeito imediato, a República Islâmica do Irão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher para o resto do seu mandato de 2022-2026".
A anteceder a votação, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, considerar que expulsar o Irão era a decisão acertada, descrevendo a adesão de Teerão como uma "hedionda nódoa na credibilidade da comissão".
Na reação, de acordo com as agências internacionais, o embaixador iraniano, Amir Saeid Iravani, classificou a investida dos americanos
Como sendo “ilegal” e acusou o país de Joe Biden de estar a perpetrar um ato de vandalismo contra o regime do Irão.
A Comissão sobre o Estatuto da Mulher das Nações Unidas conta com 45 membros, reúne anualmente em março e foi criada com a finalidade de promover a igualdade de género e a promoção da autonomia das mulheres.
Recorde-se que no inicio da semana, o Irão enforcou um homem em público, naquela que foi a segunda execução em menos de uma semana, de pessoas envolvidas em protestos contra o regime opressivo iraniano.
As manifestações começaram há três meses, depois da morte da jovem curda iraniana, Mahsa Amini, presa pela polícia de moralidade que aplicava as leis do código de vestuário obrigatório naquele país.
Morte de Mahsa Amini
Na quinta-feira, foi executado o primeiro preso de(...)