20 dez, 2022 - 17:40 • Diogo Camilo
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou esta terça-feira Bakhmut, a cidade na linha da frente da guerra que a Rússia tem vindo a tentar capturar, sem sucesso.
Num vídeo divulgado pela presidência da Ucrânia, Zelensky surge a entregar medalhas a soldados sob o som de aplausos dos restantes.
“A Ucrânia está orgulhosa de vocês. Obrigado pela vossa coragem, resiliência e força demonstrada ao resistirem aos ataques inimigos”, escreveu o presidente ucraniano numa publicação na rede social Telegram.
Chamando a cidade na região de Donetsk de “fortaleza”, Zelensky elogiou o espírito “sobrehumano” dos seus habitantes. “Os defensores de Bakhmut merecem o nosso apoio e a gratidão. É por isso que estou com eles hoje. São sobrehumanos. São a nossa força e os nossos heróis”, acrescentou.
No mesmo dia em que Zelensky visita uma cidade na linha da frente da guerra, o presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que a situação nas quatro regiões anexadas pela Rússia à Ucrânia é “extremamente difícil”.
“A situação nas repúblicas de Donetsk e Lugansk, assim como nas regiões de Kherson e Zaporíjia, é extremamente difícil”, afirmou na noite desta segunda-feira, num vídeo em que pediu um maior esforço por parte dos funcionários dos Serviços Federais de Segurança (FSB, de Inteligência Estrangeira (SVR) e da Proteção de Altos Funcionários (FSO), por ocasião do Dia dos Serviços de Segurança russo e no 300.º dia de invasão à Ucrânia.
No final do verão, Moscovo anunciou a mobilização de 300.000 reservistas russos para as Forças Armadas, um processo assinalado por diversos erros, reconhecidos pelos responsáveis, e que implicou o exílio de milhares de homens no estrangeiro.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou pelo menos 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões de refugiados para países europeus, pelo que as Nações Unidas classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.