21 dez, 2022 - 06:24 • Carla Caixinha , Liliana Monteiro , Cristina Nascimento
É oficial. Tanto o presidente norte-americano como o próprio Volodymyr Zelensky confirmaram a visita do líder ucraniano aos Estados Unidos.
A visita a Washington do governante ucraniano inclui um discurso perante o Congresso no Capitólio e uma reunião com o Presidente Joe Biden.
Através de uma mensagem no Twitter, o líder ucraniano confirmou esta deslocação, que visa “fortalecer a resiliência e as capacidades de defesa da Ucrânia”. Zelensky avança que tem agendado um encontro com Biden com quem irá discutir a cooperação entre os dois países e que também fará uma intervenção no Congresso.
Também Joe Biden confirmou esta deslocação através de um comunicado. “A visita enfatizará o firme compromisso dos Estados Unidos em apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário, inclusive, por meio da prestação de assistência económica, humanitária e militar.”
Esta viagem ocorre quando os congressistas se preparam para votar um pacote de gastos de fim de ano, que inclui cerca de 45.000 milhões de dólares (cerca de 42.000 milhões de euros) em assistência de emergência à Ucrânia e quando os EUA se preparam para enviar mísseis terra-ar Patriot ao país para ajudar a evitar a invasão russa.
Esta medida, caso seja aprovada, será a maior injeção de assistência à Ucrânia pelos EUA e a garantia de que o financiamento possa fluir para o esforço de guerra nos próximos meses.
Esta será a sua primeira viagem internacional desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Para a Rússia nada de bom resultará desta visita. O porta-voz do Kremlin indica que a entrega de novas armas à Ucrânia vai agravar o conflito. De acordo com a agência France Press, o regime de Putin refere ainda que não espera quaisquer negociações de paz depois desta deslocação.
Horas antes, na habitual mensagem vídeo ao país, Zelensky disse que iria levar a bandeira ucraniana a quem pode tomar decisões importantes para o país, já numa alusão a uma deslocação surpresa. “Vamos fazer tudo o que é possível e impossível, esperado e inesperado para que os nossos heróis tenham tudo o que precisam para vencer. Para atingir os resultados que todos os ucranianos esperam. Esta semana é extremamente importante para a Ucrânia, para sobreviver este inverno e o próximo ano. E para obter o apoio necessário e para que a bandeira ucraniana prevaleça finalmente em todos os sectores da nossa fronteira, a fronteira da Ucrânia. “
“Os nossos combatentes deram-me hoje a nossa bandeira e pediram-me para passar àqueles cujas decisões são muito importantes para a Ucrânia e para todos os nossos soldados.”
O ministro português dos Negócios Estrangeiros considera que esta visita "é um reconhecimento do papel muito importante que os Estados Unidos têm desempenhado no apoio à Ucrânia" e que é um momento "simbólico".
João Gomes Cravinho falava aos jornalistas, em Cascais, à margem do encontro anual do Conselho da Diáspora portuguesa.
O chefe da diplomacia portuguesa disse ainda que "não parece haver neste momento condições objetivas para se discutir a paz".
"A paz, obviamente, tem de começar pelo
reconhecimento da Rússia que não vai atingir os seus objetivos pela guerra, não
vai, portanto, lograr naquilo que era o seu propósito inicial. Putin ainda não
dá sinais de estar disponível para isso. Evidentemente que terá de haver uma
cessação de hostilidades por parte da Rússia antes de começar a falar de paz, no
quadro em que Ucrânia tem cerca de 15% do seu território ainda ocupado por
forças invasoras", reforçou.
[notícia atualizada às 12h47]