22 dez, 2022 - 10:10 • Redação
Uma grande tempestade de inverno vai atingir os Estados Unidos da América esta semana, trazendo o Natal mais frio das últimas quatro décadas a grande parte do território norte-americano.
As previsões meteorológicas apontam que a tempestade "única numa geração" e que começou na terça-feira no Pacífico Noroeste está agora a dirigir-se para leste e vai transformar-se num "ciclone-bomba" a partir de sexta-feira.
O termo designa uma tempestade que se intensifica rapidamente e em que a pressão do ar cai pelo menos 24 milibares no espaço de 24 horas.
Traduzido por miúdos, chama-se a este fenómeno ciclone-bomba por causa do poder explosivo da queda rápida e abrupta da pressão atmosférica.
Este tipo de tempestades trazem normalmente consigo nevões ou, em alternativa, chuvadas intensas acompanhadas de raios e trovoadas.
Os ciclones-bomba são mais comuns na costa leste dos EUA e do Canadá, onde o cruzamento do frio em terra com as correntes de água quente do Golfo cria as condições perfeitas para o fenómeno se desenvolver.
De acordo com os meteorologistas, pelo menos 37 dos 50 estados norte-americanos serão atingidos por esta tempestade.
Ao todo, mais de 90 milhões de pessoas poderão ser afetadas pelo ciclone-bomba.
Cerca de 80% do território dos EUA vai experienciar temperaturas abaixo de zero, incluindo estados do sul tendencialmente quentes como o Texas e a Flórida, conhecida como o "estado do sol", que este ano deverá registar o Natal mais frio dos últimos 30 anos.
Já batizada Elliot pelo Canal Meteorológico, a tempestade vinda do Ártico deverá provocar o Natal mais gélido do Midwest americano desde os anos 1980, indicam especialistas.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA (NWS, na sigla inglesa) aponta que as temperaturas poderão atingir os -45 ºC até ao final desta semana; nas partes mais gélidas do território norte-americano, os termómetros poderão atingir os 56 graus negativos.
"Ventos frios desta magnitude podem causar queimaduras de frio em apenas cinco minutos se não forem tomadas precauções", alerta o NWS. "A exposição prolongada a este frio pode causar hipotermia e morte."
É o próprio NWS que classifica a tempestade Elliot como única numa geração, especialmente quando atingir a região dos Grandes Lagos, na fronteira com o Canadá, onde a pressão atmosférica deverá equivaler à de um furacão de categoria 3.
Neste momento, os governadores do Kentucky e Carolina do Norte já declararam estado de emergência, sendo que outros estados poderão seguir o exemplo nos próximos dias.
A nível federal, o responsável pelo setor dos Transportes na administração de Joe Biden lançou ontem um alerta a toda a população.
"Tivemos uma semana óptima de Ação de Graças ('Thanksgiving'), mas infelizmente não vamos ter outra assim no Natal", disse Pete Buttigieg em entrevista à MSNBC.
Face às previsões, centenas de voos já foram cancelados nos aeroportos de Denver (Colorado) e Chicago (Illinois).
Em Denver, as temperaturas negativas de duplos dígitos vão começar a fazer-se sentir já esta quinta-feira e as autoridades já transformaram o Coliseu Denver, a maior arena de espetáculos fechada da cidade, num centro de aquecimento para acolher a população.
Os residentes de Chicago foram entretanto alertados para o nevão que se aproxima e que deverá chegar já hoje, trazendo consigo rajadas superiores a 80 km/h.